Avós e idosos convidados a ser «artífices da revolução da ternura»

Tendo como mote «Darão fruto mesmo na velhice» (Sl 92,15), o Papa realçou que «envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção». Por conseguinte, alertou para o perigo de se temer a velhice, considerando-a uma «espécie de doença», própria da «cultura do descarte», mentalidade que, fazendo-nos «sentir diversos dos mais frágeis e alheios à sua fragilidade, permite-nos imaginar caminhos separados entre “nós e eles”». Além disso, lamentou o facto de que as sociedades mais desenvolvidas despendem muitos recursos para esta fase da vida, «mas não ajudam a interpretá-la: proporcionam planos de assistência, mas não projetos de existência».

Face a isto, importa «continuar a esperar», promovendo uma velhice ativa, tanto do ponto de vista espiritual, como a nível relacional. Daí ser premente cultivar laços fraternos, dado que os idosos são convocados a «ser uma bênção», e não «meros espectadores no teatro do mundo». Sendo esta etapa da vida chamada a «continuar a dar fruto», urge tornarem-se protagonistas da «revolução da ternura, uma revolução espiritual e desarmada». Tal ocorrerá ensinando as novas gerações a possuir um olhar compreensivo e terno; guardando o mundo, colocando sobre os joelhos todos os que sofrem nas margens da vida; e testemunhando que não só é possível como necessário «vivermos juntos», e não cerrados numa visão individualista.«Artífices da revolução da ternura»! Em vista de tal missão, o bispo de Roma indica «o instrumento mais precioso e apropriado»: a oração, por forma a que os avós e idosos se tornem «um pouco poetas da oração», convertendo-se no «“grupo coral” permanente dum grande santuário espiritual, onde a oração de súplica e o canto de louvor sustentam a comunidade que trabalha e luta no campo da vida”».