No Alto Minho, são muitas as críticas aos Municípios pela demora no pagamento às organizações e instituições. Os dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) sobre o prazo médio de pagamento (PMP), no final de 2023, mostram que “39% das autarquias pioraram e estão a demorar mais tempo a saldar as dívidas, enquanto 42% melhoraram o desempenho face a 2022”. Caminha, Monção, Melgaço e Viana do Castelo estão entre os 15 concelhos que mais demoram a pagar as faturas aos fornecedores.
A lista de dados de 208 Municípios, que indica os concelhos com um prazo médio de pagamento a fornecedores superior a 60 dias, até ao final do segundo trimestre de 2024, é liderada por Tabuaço, no distrito de Viseu, com um prazo de 143 dias. Em terceiro lugar, surge o Município de Caminha, com 112 dias.
Apesar destes dados, Caminha diminui o número de dias em comparação ao ano passado, que demorava 134 dias, reduzindo para 119 em março e, depois, para 112 no final de junho.
Monção também conseguiu diminuir de 110 para 98 entre dezembro e junho, mas ainda aparece no quinto lugar da lista.
Em oitavo lugar, surge Melgaço com um aumento no número de dias. Em setembro do ano passado, por exemplo, estava abaixo de um mês, com 29 dias, agora, subiu para 93, praticamente três meses.
Viana do Castelo é a única capital de distrito no “top 15”. A cidade também aumentou o número de dias, demorando 67 para pagar aos fornecedores.
Segundo se lê no Semanário Alto Minho, para a Comissão Concelhia de Caminha do Bloco de Esquerda, os dados “são alarmantes”. “Com uma “medalha de bronze” nada desejada, Caminha ocupa o terceiro lugar numa lista que ninguém gostaria de liderar, apenas superado pelos municípios de Tabuaço e Tábua”, ironiza o BE de Caminha, frisando que, “embora os números se refiram ao segundo trimestre de 2024, a tendência não é nova”. “Caminha tem consistentemente figurado no top 10 dos piores pagadores, mas este é o primeiro ano em que o município se vê empurrado para o pódio dos mais negligentes. No final do primeiro trimestre, o tempo médio de pagamento era de 119 dias; hoje, ainda que reduzido para 112 dias, essa diminuição não foi suficiente para evitar a subida no “ranking” dos maus pagadores, uma vez que outros municípios, mais comprometidos, conseguiram melhorias muito mais significativas, com reduções de até 70 dias no tempo de espera para pagamento”, analisou. “Ao longo dos anos, o problema financeiro do município tem sido uma constante, sem sinais de uma gestão orientada para o futuro por parte do executivo do Partido Socialista. Esta falta de visão força os habitantes de Caminha a procurar emprego e melhores condições de vida fora do concelho. Não é suficiente ostentar bandeiras azuis e douradas nas praias para atrair turistas quando, ao mesmo tempo, os residentes são deixados com a “medalha de bronze” da má gestão”, criticou.
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