Fábrica eólica anunciada em Viana do Castelo continua por concretizar. Autarquia aponta conclusão do PDM para 2026

Quase dois anos após o anúncio de um investimento de 150 milhões de euros pela Nordex Acciona em Viana do Castelo, a concretização do projeto continua incerta. O assunto voltou à reunião de Câmara Municipal pelo vereador do PSD, Paulo Vale, que questionou Luís Nobre sobre o projeto. Contudo, o autarca garante que a empresa ainda considera o concelho como “localização preferencial”, mas admite que “não há, para já, qualquer decisão final”.

Micaela Barbosa
17 Jun. 2025 3 mins

Na resposta à interpelação do vereador da oposição, o presidente da Câmara, Luís Nobre (PS), confirmou que a área prevista para a instalação da fábrica — 25 hectares na freguesia de Vila Nova de Anha — será integrada na nova zona industrial do concelho, mesmo que o investimento da Nordex não avance. “Independentemente do investimento da Nordex, a proposta de revisão do PDM prevê que aquele espaço seja zonado como atividade económica ou industrial”, afirmou.

Em causa está o projeto, anunciado publicamente no final de 2022, que prevê a construção de uma unidade industrial destinada à produção de pás de rotor para turbinas eólicas, com a criação de dois mil postos de trabalho, e a geração de um volume anual de exportações na ordem dos 200 milhões de euros. A entrada em funcionamento estava prevista para junho de 2024, mas, até hoje, não há confirmação da decisão final por parte da empresa.

O terreno reservado para a fábrica foi objeto de uma suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM) em junho de 2023, para permitir a instalação da unidade industrial. A medida foi desenhada especificamente para o projeto da Nordex o que, segundo Luís Nobre, “criou uma dificuldade, porque não permite a instalação de outro investimento senão aquele”.

A suspensão tem validade de dois anos, até 2025, mas poderá estender-se legalmente até 2027. “O investidor não interrompeu em definitivo, mas interrompeu, neste momento, o investimento. Devido à conjuntura internacional, a dinâmica associada às energias renováveis desacelerou e, com ela, os investimentos de amplitude internacional”, justificou.

Foi também nesse contexto que o autarca aproveitou para anunciar que a conclusão da revisão do PDM, iniciada em 2019, poderá estar concluída no primeiro semestre do próximo ano. “O compromisso público que assumi hoje, e no que depender de mim, é concluir esse processo [a revisão do PDM, datado de 1991], no limite, no final do primeiro semestre do próximo ano”, afirmou

A proposta deverá estar pronta “até final de agosto”. “Talvez ainda este ano possa ir para consulta pública. Depende, também, do momento autárquico que é conhecido por todos”, acrescentou.

Luís Nobre referiu, ainda, que o terreno destinado à fábrica da Nordex “não foi escolhido à medida”, mas “foi consequência de uma estratégia do município”. “Felizmente temos intenções, temos propostas de instalação de outros projetos industriais e empresariais no concelho, e estamos a trabalhar no sentido de os garantir”, concluiu.

Tags Economia

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