Câmara de Viana melhora contas em 2024, mas oposição alerta para dívida “insustentável”

Apesar de a consolidação das contas da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados de Viana do Castelo de 2024 apresentar, segundo o presidente da autarquia, “melhorias em todos os indicadores económicos relativamente a 2023”, a despesa também registou um aumento, ultrapassando os 100 milhões de euros.

Micaela Barbosa
17 Jun. 2025 2 mins

Segundo o relatório do ano de 2024, o total da receita arrecadada ultrapassou os cem milhões de euros, atingindo o valor de 101,121 milhões de euros que, “comparativamente com o ano anterior, representa um aumento de 16,647 milhões de euros”. “A receita corrente, face ao ano anterior, registou um aumento de 11,8%, fixando-se em 77,131 milhões de euros. A receita de capital, comparativamente com o ano anterior, registou um forte aumento de 54,6%, explicado pelo aumento da receita proveniente de fundos comunitários”, lê-se no documento.

Já “a Despesa Total acompanhou o registo da Receita Total, atingindo o valor de 100,121 milhões de euros”. “A despesa corrente registou um aumento de 19,6%, justificado, sobretudo, pelo aumento das transferências correntes e dos encargos financeiros. A despesa de capital registou um aumento de 15,6%, justificado pelo aumento das rubricas de passivos financeiros e de transferências de capital”, refere.

Os “saldos orçamentais, com a exceção do Saldo Corrente, registaram uma evolução positiva, destacando-se o Saldo Capital, registando uma apreciação de 5,334 milhões de euros face ao ano anterior”.

Na apresentação do documento técnico, Luís Nobre salientou que o município registou “melhorias” em vários indicadores económicos, como a autonomia financeira, que passou de 80,7% para 84,5%, e a solvabilidade, que subiu de 418,4% para 544,5%. No entanto, o passivo financeiro cresceu, elevando-se de 36 para 38 milhões de euros, facto que suscitou críticas da oposição.

O vereador independente Eduardo Teixeira votou contra, justificando que o aumento do passivo financeiro coloca a autarquia numa situação “insustentável”. “O passivo, com os empréstimos aprovados recentemente, aumenta e preocupa pelo seu impacte a médio e longo prazos”, salientou. Já os vereadores do PSD, do CDS-PP e da CDU abstiveram-se. “O Revisor Oficial de Contas, no seu relato sobre a auditoria realizada, para além das informações e esclarecimentos que presta, refere reservas de vária ordem quanto aos Serviços Municipalizados”, justifica o CDS-PP.

Luís Nobre defendeu a gestão financeira da autarquia, afirmando que os resultados refletem “rigor” e que o município termina o mandato “em melhor situação que quando começou”, destacando que os investimentos aprovados visam a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento do território.

Tags Economia

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