A tradição secular do Lanço da Cruz, celebrada entre Cristelo Covo (Valença) e Sobrada (Tomiño, Galiza), foi oficialmente inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial pela Direção-Geral do Património Cultural. A decisão foi publicada em Diário da República e prevê-se, para breve, a entrega formal da placa de reconhecimento ao Município de Valença.
Celebrado anualmente na segunda-feira de Páscoa, o Lanço da Cruz é uma manifestação única da cultura pascal transfronteiriça que mobiliza milhares de participantes das duas margens do rio Minho. A romaria integra expressões de fé cristã e de antigos rituais pagãos ligados às águas.
Em comunicado, a autarquia salienta que este reconhecimento resulta de “um esforço concertado de valorização e promoção do património cultural valenciano”.
Para o presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, a classificação é “motivo de imenso orgulho para Valença e representa uma responsabilidade acrescida na preservação e valorização deste símbolo maior da identidade raiana, partilhada com Tomiño, com o Minho e a Galiza, com Portugal e Espanha”.
O Santuário, o parque de merendas da Senhora da Cabeça e do Cais de Sobrada e o próprio rio Minho servem de palco à romaria, que é vivida com grande fervor e participação popular.
Com este reconhecimento, Valença passa a contar com dois bens inscritos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial: a tradicional Feira dos Santos de Cerdal e agora o Lanço da Cruz.
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