Alto Minho regista mais de 100 vítimas de violência doméstica

No âmbito do Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra Mulheres, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou que, no ano passado, apoiou 12.398 mulheres, um aumento de 8,7% face a 2022, quando foram apoiadas 11.400. No Alto Minho, foram apoiadas 109 vítimas.

Micaela Barbosa
25 Nov. 2024 3 mins

De acordo com os dados do relatório anual (2023), Lisboa, Faro e Porto são os distritos com mais mulheres vítimas de violência doméstica. 

Relativamente ao Alto Minho, o concelho de Viana do Castelo foi quem registou mais vítimas com 37, seguido de Ponte de Lima com 23, e Monção com 11. Sucede-se Paredes de Coura com 7, Caminha e Valença com seis, Arcos de Valdevez com quatro, Ponte da Barca com 3 e Vila Nova de Cerveira com 2.

No total, os dados revelam também que, entre os principais crimes cometidos, em 2022 e 2023, estão os de violência doméstica (37.157), crimes sexuais contra crianças e jovens (1.556), crimes de ameaça ou coação (1.243), crimes de ofensas à integridade física (81.018), crimes de injúria e difamação (988) e crimes sexuais contra adultos (791).

Crimes contra meninas e raparigas com idades entre os zero e os 17 anos foram registados 3.434 (14,4%). Crimes de violência contra mulheres acima dos 65 anos de idade foram registados 2.446 (10,3%). A maioria das vítimas (75,3%) são de nacionalidade portuguesa e há 15,8% de nacionalidade estrangeira e 8,9% das vítimas que desconhecem a nacionalidade.

O autor dos crimes de violência contra estas vítimas é em mais de metade dos casos (68,5%) do sexo masculino e tem entre 36 e os 55 anos de idade (21,2%). Quase metade dos agressores (47,3%) têm uma relação íntima com a vítima, sendo que em alguns casos são os próprios pais/mães (7,6%) ou filho (a) da vítima.

Metade dos crimes de violência registados entre 2022 e 2023 contra mulheres ocorreu na residência comum (50,8%).

Nos anos de 2022 e 2023, do total de 23.808 vítimas do sexo feminino que chegou ao conhecimento da APAV, 49,8% (11.868) foi alvo de “vitimação continuada”. Entre 2022 e 2023, e do total de 11.868 vítimas no feminino que foi alvo de vitimação continuada, em 28,1% (3.339), a vitimização já durava entre dois a seis anos.

Mais de 75 mil crimes de violência doméstica registados pela PSP em quatro anos

A PSP também divulgou dados, contabilizando 75.380 ocorrências de violência doméstica entre 2019 e 2023.

Segundo avança, naquele período, efetuou 322.528 contactos pós-vitimação, elaborou 171.275 planos de segurança para vítimas, reforçou 73.230 patrulhamentos junto de residências ou locais de trabalho das vítimas, propôs 59.855 medidas de coação a agressores e fez 46.012 sinalizações às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens.

Em 2023, registou 15.499 denúncias de violência doméstica, e fez 971 detenções, 612 das quais em flagrante delito e 359 fora de flagrante delito.

No primeiro semestre deste ano, a PSP registou 7.706 queixas pelo crime de violência doméstica, um aumento de 1,8% em relação ao período homólogo de 2023.

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