IWaP Sports incentiva prática desportiva

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo forma e envolve centenas de pessoas. Algumas delas destacam-se no mercado de trabalho. Umas por conta de outrem. Outras arriscam, criando o seu próprio negócio. É o exemplo dos dois docentes, Marcelo Fernandes e Leandro Mota que, juntamente com Henrique Medeiros, criaram a IWaP Sports.

Micaela Barbosa
12 Abr. 2024 4 mins
IWaP Sports incentiva prática desportiva

A IWaP Sports é uma aplicação na área do desporto, da saúde e do lifestyle, que permite aos utilizadores definir o seu perfil com o objetivo de poder encontrar e conectar-se com parceiros de atividade física, em qualquer modalidade, em qualquer área, e a qualquer momento. “A ideia nasceu em Lisboa. Quando me mudei para Braga, conheci o Leandro e o Marcelo”, começou por contar Henrique Medeiros, sublinhando que juntou o útil ao agradável. “Eu precisava de alguém que desenvolvesse a aplicação, e eles procuravam desenvolver produtos próprios”, acrescentou.

Ao contrário de Leandro e Marcelo, Henrique estudou em Coimbra. Tem 30 anos, e é responsável pela gestão de projeto da aplicação. “45% dos europeus não fazem qualquer atividade física, e 38% faz apenas uma vez por semana”, indicou, confidenciando que precisou de alguém para fazer atividade física. Daí a IWaP Sports tratar-se também de uma aplicação que permite ao utilizador encontrar pessoas com os mesmos gostos desportivos. “Com esta aplicação, pretendemos não só responder a estas necessidades, como combater a falta de exercício físico e o sedentarismo associado, democratizar os espaços de treino, promover a coesão e as relações sociais entre os utilizadores”, explicou. “O utilizador define o seu perfil e conecta-se com parceiros de atividade física, em qualquer modalidade, em qualquer área, e a qualquer momento”, completou Leandro Mota. E, por meio de algoritmos de correlação dos dados disponibilizados, será feito “match” (“correspondência”).

Já Leandro, de 33 anos, e Marcelo, de 32, conheceram-se no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) no curso de Engenharia Eletrónica. Aceitaram desenvolver a aplicação e, atualmente, têm uma empresa em conjunto: Wolf Smart Industries. “Temos vidas muito sedentárias e acabamos por nos desligar muitas vezes do mundo real, e é difícil encontrar pessoas com os mesmos gostos que nós, a nível desportivo. E acabamos por desistir ou por desmotivar. No entanto, se tivermos alguém que nos incentive, será certamente mais fácil”, salientaram.

Sob o mote “I want a partner” (“Eu quero um parceiro”), a aplicação chegou ao mercado em 2023 com a sua “versão mínima viável” e, após as auscultações na Web Summit, em Lisboa, onde os três jovens tiveram a oportunidade de a apresentar para “angariar investimento e cativar utilizadores”, estão a trabalhar “numa série de utilidades” que foram sugeridas. “Fomos uma das 125 start-up (empresas a lançar) a representar Portugal”, afirmou Leandro, admitindo que a experiência foi “uma novidade”, mas “uma oportunidade única”. “Associava o evento ao lobby (tentativa de influência), onde há muitos interesses. Ali, tudo é negócio. Ainda assim, a nível de network (contacto entre entidades) é incrível. Leva-se uma injeção de empreendedorismo incrível”, frisou.

Em 2023, a temática foi a inteligência artificial. “A Web Summit permite ter noção da tendência”, salientou Marcelo. “Isto mostra que estamos sempre a evoluir. A inteligência artificial terá impacte na mão-de-obra, mas será maior nos serviços mais rotineiros. Ou seja, permite ter mais tempo de formação, porque toda a estrutura por detrás precisa de especialidade”, apontou Leandro.

Questionados sobre a capacidade de Portugal em acompanhar esta evolução, os jovens consideraram que, “infelizmente, não tem visão”. “Portugal não incentiva o empreendedorismo”, atirou Leandro, criticando a carga fiscal. “Aqui é difícil criar um negócio. Antes de termos clientes ou vendermos qualquer coisa, já estamos a pagar carga fiscal. De onde vem esse dinheiro, se ainda não faturamos? Só aqui, já nos cortam logo as pernas”, lamentou, apelando para que haja mais benefícios e lembrando os sucessos de outros países.

De regresso à aplicação, os jovens estão a melhorá-la. “Vamos ligar as funcionalidades de um para um, e em grupos”, revelou Henrique, referindo que também estão a trabalhar no marketing, para dar a conhecer o conceito e o produto, o que permitirá o seu crescimento “orgânico”. “Candidatámo-nos a um apoio e estamos, também, à procura de parceiros para ajudar a nossa comunidade a crescer”, acrescentou.

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