“A passos largos…de mansinho e sem ruído!”

Aqui e agora, neste hoje que nos é dado viver, começo por olhar à volta e ver tanta beleza, maravilhas incontáveis, ainda que também soem as notícias menos boas que nos fazem abalar o coração e estremecer a alma…

Notícias de Viana
24 Dez. 2022 4 mins
“A passos largos…de mansinho e sem ruído!”

Contudo, como antes dizia, basta sair à rua no final do dia, levantar os olhos e ver o brilho das luzes (que as estrelas têm andado ofuscadas com as nuvens de um tempo desconhecido para estas bandas), as figuras que desenhadas por entre a luminosidade fazem sonhar com um mundo novo, um mundo melhor onde todos estejamos mais atentos ao bem comum… um tempo no qual seja possível deixar egoísmos atrás, esquecermo-nos de nós próprios e pensarmos nos outros, em tantos outros que afinal, para nós, são irmãos.

Há luzes no ar, há luzes na cidade por todos os recantos, e o encanto que convida a uma Vida Nova, a Alguém que se aproxima, na fragilidade de um menino, Menino de Belém. Se calhar, não vem a passos largos, mas de mansinho e sem fazer ruído, no meio do bulício, que parece não ser muito, pois “o tempo tem andado ao contrário”, os ventos têm sido fortes e há muita agitação em todas as frentes. E, sem querer, à cabeça nos vem e ao coração também, que num tempo em que se anuncia a chegada do Senhor que, uma vez mais quer nascer (e de vida se trata), quase sem nos darmos conta, alguns têm andado atarefados com outro tipo de questões que tocam a morte! E, não a morte como um novo nascimento, porta de passagem para uma vida nova, mas um querer acelerar processos, provocar a morte, por motivos variados tais como o sofrimento, a dor, a doença terminal ou não… esquecendo que a vida é um dom, uma dádiva, um presente que nos foi dado, recebemo-lo de graça e, parece que nos esquecemos que para aliviar a dor e dar conforto e esperança há outros modos. Se nos fizéssemos próximos, saíssemos ao encontro de quem sofre ou vive situações de desespero, certamente conseguiríamos descobrir que a presença alivia e mitiga a dor e sofrimento, abate barreiras do sem sentido e faz abrir, ou pelo menos entreabrir as janelas da esperança.

Quem dera, pudéssemos acordar e vislumbrar, na verdade, um mundo novo, um mundo no qual é possível sonhar, é possível deixar um legado bem melhor às gerações vindouras através do testemunho do cuidado da vida até ao fim (e, não nos referimos a querer alargar indefinidamente a própria vida de modo, mais ou menos artificial, pois esse seria outro lado da mesma questão), sendo portadores de esperança e de luz, nos momentos em que a debilidade e fragilidade se tornam muito mais visíveis.

Quem dera, que os nossos corações se unissem numa prece ao Senhor da Vida, para que nos deixemos guiar pela Luz que vem, e não apenas pelas luzinhas que deslumbram numa quadra, ainda que anunciem também o Natal!

Quem dera, que pudéssemos testemunhar com a palavra e a vida que vale a pena viver e ajudar a viver os que mais sofrem e sermos bálsamo de conforto, portadores de dignidade e esperança a todos os sós, os frágeis, os que estão a chegar ao fim da vida terrena…

Quem dera, deixássemos nascer nos nossos corações o Senhor Jesus e os nossos gestos pudessem falar, sem ruído, das maravilhas que este Menino Jesus veio trazer e nos continua a trazer, a nós e a toda a humanidade.

Quem dera, que pudesse acontecer Natal e contagiássemos alegria e esperança a todos, tornando-nos próximos, saindo ao encontro, sendo portadores de boas notícias neste tempo em que a chegado do Deus Menino está cada vez mais próxima!

E, nós, tu e eu, estamos dispost@s a dizer não ao que em consciência, é contrário à vida?

Vale a pena refletir, não está tudo perdido, há sinais de esperança… Sejamos, nós também portadores e semeadores de boas notícias, de esperança, de presença e proximidade, de acolhimento, de sinodalidade! Vivamos atentos, despertos, acolhamos a novidade e continuemos a caminhar, não apenas para a JMJ em Lisboa, mas já aqui e agora, acolhendo os seus símbolos e mostrando que afinal, tod@s, nos identificamos com a Cruz, e esta fala-nos de Vida e “vida em abundância”

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