VOTO: DEUS

Querido leitor, A passos largos de escolhermos os nossos governantes locais, quis trazer-vos uma pergunta: será ou não correto, nós, cristãos católicos, nos envolvermos na política? Como sabeis, numa democracia, as eleições representam a oportunidade para a sociedade escolher os rumos que pretende seguir, indicando aqueles ou aquelas que desejam ser os seus representantes. Também […]

Notícias de Viana
9 Set. 2021 3 mins
VOTO: DEUS

Querido leitor,

A passos largos de escolhermos os nossos governantes locais, quis trazer-vos uma pergunta: será ou não correto, nós, cristãos católicos, nos envolvermos na política?

Como sabeis, numa democracia, as eleições representam a oportunidade para a sociedade escolher os rumos que pretende seguir, indicando aqueles ou aquelas que desejam ser os seus representantes. Também na Igreja podemos e devemos escolher os que melhor nos representam nos mais diversos grupos e movimentos. O Papa Francisco, em certa ocasião, observou que é falso dizer que um bom católico não se importa pela política. E confirmou «um bom católico deve estar interessado na política e oferecer o melhor de si para que o governante governe bem». 

Será então tão descabido nos envolvermos na política? De facto, a Bíblia convida-nos a orar pelos nossos líderes – «[…] por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica […]» – (1 Timóteo 2:1-4). Embora cada um seja livre de votar em quem quiser, podemos fazer algumas analogias entre a política e a religião. Vejamos:

  • Habitação: se é um desafio nacional, ou até mesmo global, construir e reabilitar as nossas terras para resolver a acessibilidade legítima à habitação, então por que não aceitar a premissa de que Jesus quer habitar nos nossos corações, abrindo-os à sua bondade, reabilitando os nossos princípios e valores?
  • Desenvolvimento: se os governantes querem marcar os seus mandatos pelas grandes obras de construção que “mandam fazer”, acreditando serem boas valências para o quotidiano, então por que não fazermos grandes obras de caridade seguindo os exemplos das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais?
  • Emprego: se é prioritário que todas as pessoas tenham acesso ao emprego, digno e com condições, e que se sintam bem ao exercê-lo todos os dias, então por que não trabalharmos na Vinha do Senhor recebendo, para isso, não um salário ou recompensa mas sim justiça e paz?
  • Saúde: se no momento atribulado em que vivemos, que nada se sobrepõe à saúde, por que não seguirmos os passos de Jesus, cuidando uns dos outros, curando os fracos, livrando-os de enfermidades?

São tantos os assuntos que nos motivam a fazer mais e melhor pela nossa Terra e, certamente, os governantes também o pensem e ajam colocando em prática algumas estratégias para o bem comum. Jesus pensa e convoca-nos todos os dias mas temos de O saber escolher, temos de O ouvir, temos de “votar” n’Ele para que seja verdadeiramente o nosso representante. E se o comportamento dos candidatos e dos próprios eleitores ainda é uma incógnita, pois só é avaliado após saírem os resultados das eleições, também o nosso efeito, ao escolhermos Deus, não é imediato. Cabe a cada um de nós construir a relação com Deus, participando ativamente naquilo em que “votamos” ao sermos batizados em Cristo e a não ficarmos alheios à vida em Comunidade.

Gostava, com esta simples reflexão, apelar a que, tal como nas eleições próximas, podemos também nós escolher quem queremos a “governar” a nossa vida. Eu já escolhi: voto Deus!

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