Unidade criadora

Unidade criadora

Notícias de Viana
26 Jan. 2024 3 mins
Unidade criadora

Vivemos o Oitavário de Oração pela Unidade da Igreja, da qual fazemos parte. Estes últimos dias do mês de janeiro (18-25) lembram esta dimensão estruturante da vida. Vivemos com os outros, recordando que nos empenhamos nesta dimensão da vida quotidiana. Vivemos unidos aos outros, pois é com eles que edificamos sociedade e assim somos felizes. Este Oitavário é de proposta de oração pela unidade dos cristãos, sobretudo desde os meados dos anos 60 do século passado, quando Paulo VI se encontrou com Atenágoras, no mesmo ano da aprovação do Decreto Conciliar Unitatis Redintegratio sobre o Ecumenismo (aprovado em novembro de 1964).

Tem interesse velar por este desígnio, sabendo que pertencemos a uma religião, no nosso caso a católica romana. Ter em mente que rezamos por muitos que não conhecemos e que também rezam connosco, em comunhão, sejam Protestantes, Ortodoxos, Anglicanos ou Católicos. Esta dimensão é fulcral na vida de todos os dias, sabendo que necessitamos sempre desta comunhão que se pode viver espiritualmente; assim cresce diariamente um tecido crente salutar. A oração é espiritual e ativa. Não se limita a desejos de alma. A comunhão vai dando frutos na medida do nosso empenho.

Respondemos simplesmente à prece de Cristo “que todos sejam um só” (Jo 17,21), não para que todos sejamos uniformes, mas para que, na diversidade que nos reúne, saibamos fortalecer sempre a Comunidade que formamos. O Oitavário nasce no desejo de unidade dos cristãos, nasce como tempo ecuménico, mas hoje é importante a união entre todos os seres humanos, seja qual for a sua religião. Cristo está no coração de quem reza, importa que cada um se deixe transformar pelo Seu ímpeto e se torne promotor da unidade entre os humanos, seja qual for a sua condição. As pessoas em guerra precisam da oração de muitos, para que não pereçam à força das armas e do poder.

A unidade começa em casa, sempre que estamos dispostos a amar o outro diferente de nós, sempre que dialogamos com amor e numa atitude humilde, sempre que estamos dispostos aos serviços  mais simples com alegria, sempre que sabemos comunicar o que pensamos, sempre que sabemos perder os nossos desejos e razões, sempre que damos uma mão para que o mundo próximo seja mais correto, sempre que fomentamos unidade nas nossas conversas, sempre que somos honestos e leais sem endeusar os nossos propósitos, sempre que somos corretos nas nossas empresas. A unidade começa quando abrimos o coração, o que implica ternura, compaixão e muita solidariedade ativa.

A unidade supõe partilha, mesmo muito simples.

O outro, que é irmão, necessita do mínimo para se desenvolver. Isto acarreta que a minha oração não se baste nas fórmulas fixas que entendo orar, mas que passe ao nível dos meus gestos de solidariedade: estes implicam, talvez, um empenhamento em fornecer a tantos as condições básicas para que ativem os seus projetos. A unidade apoia a criação. Pode implicar hoje alguma ginástica na conta bancária e até um acréscimo de correspondência. Com este Oitavário, o mundo próximo e distante será mais solidário. O planeta é de todos e para todos. Rezemos e façamos!

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