“A produção de energia através de fontes renováveis é economicamente vantajosa”

A utilização de energias renováveis tem sido, cada vez mais, adotada em Portugal, tanto a nível empresarial como para consumo próprio. Segundo informou a Rede Elétrica Nacional (REN), em janeiro de 2023, o consumo de energia elétrica regressou a níveis de 2019. “Em 2022, o consumo de energia elétrica a partir da rede pública totalizou 50,4 TWh, um aumento de 1,8% face a 2021, ou 2,4%, com a devida correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis”, lê-se na nota.

Notícias de Viana
2 Jun. 2023 5 mins
“A produção de energia através de fontes renováveis é economicamente vantajosa”

A REN adiantou ainda que “o índice de produtibilidade hidroelétrica (a partir da água) registou 0,63, o de produtibilidade eólica (a partir do vento) 0,99, e o de produtibilidade solar 1,06 (médias históricas de 1)”. “Em 2022, a produção renovável abasteceu 49% do consumo, com a eólica a representar 25%, a hidroelétrica 12%, a biomassa (a partir de matéria orgânica) 7% e a fotovoltaica (energia elétrica a partir da luz solar) 5%. Com exceção dos últimos dois meses do ano, as afluências muito reduzidas levaram a uma descida da produção anual hidroelétrica de 35%. Em sentido inverso está a fotovoltaica que, graças ao aumento progressivo da capacidade instalada, cresceu 48%. A produção não renovável foi responsável por 33%, enquanto o saldo importador abasteceu 18% do consumo, tratando-se da percentagem mais elevada desde 2008”, especificou.

No Norte, e de acordo com as estatísticas rápidas das renováveis da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), a produção renovável foi obtida através das tecnologias híbrida, eólica, fotovoltaica e de biomassa.

Tiago Santos, de 36 anos, vive na União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro e defende que “a produção de energia através de fontes renováveis é economicamente vantajosa quando aplicada em regimes tanto domésticos como industriais”. Foi este o propósito que o levou a criar a sua própria empresa: HT Solutions Engenharia, Lda.

É Engenheiro Eletrotécnico de profissão porque, quando chegou o momento de se candidatar ao Ensino Superior, abriu o curso de Engenharia de Sistemas de Energias Renováveis no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, e “a produção de energia através de fontes renováveis estava, e mantém-se, em foco mundial e em forte expansão”. “Este conjunto feliz de fatores motivou-me a agarrar a oportunidade de aliar o gosto pela eletrotécnica com uma área que me perspetivasse boas oportunidades quando inserido no mercado de trabalho”, refere, contando que o seu primeiro emprego foi na empresa em que estagiou – Grupo DST (Braga) –, onde exerceu funções na sua área de formação. “Adquiri muitas valências complementares às que já trazia do Curso, e muitas outras novas. O contacto com o meio empresarial e com toda a equipa proporcionou-me um grande desenvolvimento a nível técnico e pessoal. Foi um local em que me senti muito bem durante os oito anos de colaboração”, salienta.

Após estes anos, Tiago sentiu a necessidade de mudar “algo” na sua rotina e que lhe permitisse “evoluir mais”, não só na área técnica, mas noutras áreas. Criou a sua própria empresa e, consequentemente, vivenciou uma mudança “difícil” ao tornar-se empresário. “Depois de darmos este passo, temos necessidade de dedicar mais tempo às áreas de gestão do negócio como a ‘condução’ da empresa e, por isso, somos ‘obrigados’ a deixar de lado a nossa área técnica, e esta é provavelmente a mudança mais difícil que temos de nos obrigar a ter”, confidencia.

A missão da HT Solutions é “apresentar soluções aos seus clientes, economicamente vantajosas, com um nível técnico de excelência, que garanta a segurança, o bom desempenho dos equipamentos e a sua boa exploração”. “A produção de energia através de fontes renováveis é economicamente vantajosa quando aplicada tanto em regimes domésticos como industriais. Esta vantagem económica permite às famílias uma poupança real, diminuindo os seus custos mensais. O mesmo acontece em clientes industriais que, com a redução dos custos variáveis, podem produzir os seus produtos de forma mais barata, tornando-os mais competitivos face aos seus concorrentes”, justifica, explicando que, embora se dedique essencialmente ao mercado industrial, também se mantém na área doméstica. “Associado às unidades produtoras de energia (UPAC), respondemos tecnicamente a todo o processo: Avaliação Técnica Inicial, Dimensionamento, Projeto, Fornecimento, Execução e Comissionamento”, especifica, acrescentando: “Temos um foco muito importante na consultoria técnica, em que apresentamos soluções fundamentais no sucesso das empresas modernas: Eficiência Energética, Produção de energia através de fontes renováveis e Qualidade das instalações técnicas. E atuamos, ainda, na área do carregamento de veículos elétricos.”

Recentemente, o Governo criou um conjunto de iniciativas que promovem as energias renováveis e, de acordo com o engenheiro, é “muito positivo”. “Esta medida, além de acelerar a integração das energias renováveis no sector doméstico, proporciona uma diminuição da dependência energética das famílias”, frisa, salvaguardando as suas vantagens. “A poupança obtida que resulta numa diminuição dos custos mensais permite, em certa medida, aumentar a qualidade de vida dos aderentes. Existe uma diminuição efetiva da pressão económica mensal”, reitera. Tiago Santos refere ainda que as energias renováveis são vistas, pela grande maioria do público, como “um investimento com retorno positivo”. “Este argumento é suficiente para impulsionar a adesão e o crescente número de instalações”, aponta. No entanto, quando questionado sobre o ponto de situação do Alto Minho nesta matéria, considera que “a penetração desta tecnologia tem evoluído de forma lenta, quando comparada com regiões vizinhas”. “Existe uma margem de progressão enorme, principalmente, no tecido empresarial, que pode ser explorada e, eventualmente, melhorada com ações de formação abertas e comunicação eficaz”, afirma, frisando que, “na generalidade do território nacional, o crescimento da potência instalada tem sido muito importante nos últimos anos”.

Tags Economia

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