D. João pediu aos sacerdotes para transformarem a comunhão sacerdotal em gestos

Durante a manhã de reflexão e oração, foi possível escutar a conferência de Frei Fernando Ventura que interpelou os presbíteros a experimentar uma mudança de mentalidade – da lógica do poder à lógica do serviço, e da religião à fé – num “tempo solteiro de afetos, viúvo de emoções e divorciado de compromissos” onde existem “comunidades educadas para ir à missa, mas comunidades deseducadas para ir à vida”. 

Neste sentido, apresentou as figuras de Abraão, Moisés e Francisco de Assis como paradigmáticas, mostrando o modo como elas indicam que “só temos o direito de olhar alguém de cima para baixo, se for para o ajudar a levantar”, convidado, ainda, a que cada um possa descalçar as sandálias diante “do território sagrado que é o mundo e o irmão”, mas que seja, igualmente, capaz de “partir em direção de si mesmo”. “Amar alguém é dizer ‘eu sou aquele que é sendo contigo. Não posso ser feliz sem ti’”, concluiu.

Já na homilia, D. João Lavrador pediu aos sacerdotes para transformarem a comunhão sacerdotal em gestos, interpelando-os a “privilegiar, sempre, as realidades mais dramáticas”, desafiando-os a abrirem-se à luz de Cristo, recém-nascido. “Nós somos os primeiros que devem estar inundados de luz e, ao menos tempo, ser aqueles que estamos irmanados com os nossos irmãos”, referiu, apontando ainda a relevância do acompanhamento pessoal na evangelização. “Precisamos de fazer a experiência da partida. Urgência, algo novo, algo que desperte, algo que nos leve a ver que Deus sofre nos nossos irmãos, porque as vítimas do nosso tempo continuam a ser as vítimas do poder e da ganância, capaz de destruir o que está à sua volta”, sentenciou.