Vimos cantar as janeiras

Ao som da guitarra, dos cavaquinhos, do reco-reco, da pandeireta, dos ferrinhos e do bombo, belas vozes ecoaram pelas ruas da nossa Paróquia, de porta em porta, pedindo “uma oferta” e agradecendo com “um bom ano”! Noites de frio… mas de chuva e de vento, nem por isso. Nunca “o tempo” foi motivo de desânimo. […]

Notícias de Viana
21 Jan. 2022 3 mins
Vimos cantar as janeiras

Ao som da guitarra, dos cavaquinhos, do reco-reco, da pandeireta, dos ferrinhos e do bombo, belas vozes ecoaram pelas ruas da nossa Paróquia, de porta em porta, pedindo “uma oferta” e agradecendo com “um bom ano”! Noites de frio… mas de chuva e de vento, nem por isso. Nunca “o tempo” foi motivo de desânimo. Pelo contrário: o convívio aquecia o coração e a chama da amizade crescia de dia para dia. Portas a abrir ou portas fechadas, luzes a acender ou que se apagavam…

“– Homens!” – ouvia-se dizer. E eles, unidos pelas notas da melodia, cantada à capela, entoavam, afinadinhos, e com um sorriso nos olhos:“Já nasceu o Menino Jesuslá do alto dos céus se encerraGlória a Deus lá nas alturase aos homens a paz na Terra”Crianças, adolescentes, jovens e homens (masculinos), todos a dar o seu melhor! Estais de parabéns! Claro, logo de seguida, com toda a elegância na voz e na pose… as mulheres! – Que bem!– Ó instrumentistas, já tocaram às campainhas?– Estamos a afinar o cavaquinho.Que jeitinho que deu o afinador, nas últimas noites!! Todos aprenderam e sabem afinar os instrumentos!– Já é tarde, não nos abrem a porta. Será que estão em casa ou já foram dormir?– Boa noite! Somos o Grupo de Janeiras da Paróquia do Senhor do Socorro. Podia abrir-nos a porta do prédio, por favor?– Já abriu! Obrigado!Dobram-se os esforços, aproximamo-nos da porta para ver quem mora naquela casa, cantamos, tocamos, damos beijinhos à família, pedimos “uma oferta” e desejamos “bom ano”.– Trrrimmmm! Trrrimmmm!Tocava um dos telemóveis do grupo e, do outro lado, falava o nosso Pároco, Pe. Torres Lima.– Olá, só pude chegar agora. Onde andais?– Olá, Sr. Padre! Andamos na rua de cima, no prédio da direita. Venha ter connosco!Que festa quando chegava mais um. E o grupo ia crescendo e ficando mais animado. Eram assim, as noites de Janeiras: quintas, sextas, sábados e Domingos, às 19h.Chegados ao fim do compromisso, demos graças a Deus pela possibilidade que tivemos em participar, todos os dias!! Levantámos os olhos para o céu estrelado e rezámos:– Obrigado, meu Deus!Fica o convite: para o ano, aparece!

(escrito pela “janeireira” Maria José)

Assim eram as nossas noites de janeiro. Com muito frio, mas também com muita alegria, por cada família que nos abria a sua porta e, com um sorriso, nos ouvia cantar e colocava “no saco” a sua oferta. Por agora, despedimo-nos porque, como diz a canção: «Ainda temos muita gente a quem as janeiras cantar!».

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