Paisagem

… tudo aquilo que nós podemos identificar e interpretar por meio dos nossos sentidos (visão, audição, olfacto, tacto e paladar) em um determinado lugar.

Isabel Campos
20 Jun. 2024 3 mins
Paisagem

A paisagem, o verde do Minho, as nossas cidades, os jardins o que nos leva a estragá-los?

A campanha eleitoral terminou e, em princípio, só teremos eleições daqui a mais de um ano. Para quê continuar com grandes, inestéticos painéis (escusamos de usar a palavra inglesa outdoor) a rivalizar com a publicidade das imobiliárias e das áreas comerciais, nas rotundas? Para quê os cartazes nos postes e em todos os sítios possíveis? Vamos limpar depois das eleições. Mas vamos também tirar as fitas e fitinhas, setas e setinhas que ficam depois de provas desportivas e concentrações. Tudo desfeia.

A publicidade sempre teve regras, mas penso que a maioria não cumpre. Todo o espaço -postes, paredes e, até, árvores servem para uma publicidadezinha. Nos passeios tropeçamos em cartazes a anunciar o prato do dia, a descida de um preço, um novo espaço que abriu. É legal?

Já repararam na quantidade de fios inestéticos, nas fachadas dos prédios? São necessários, mas têm de estar assim? Fica tão feio!

Mas a paisagem também é sonora. O que dizer da música, normalmente no máximo da potência, que acompanha qualquer actividade desportiva (não usei evento) ou programas para crianças, que vão ficar surdas, no Jardim? Ou aquela fantástica música que nos assalta no Natal (que agora começa em Outubro…) e nas Festas d’Agonia? Perguntem a opinião aos moradores e aos comerciantes que têm de ouvir durante horas Jingle bells, Quim Barreiros e quejandos. Tudo plástico, tudo ensurdecedor, tudo desnecessário. É moderno? É civilizado? É agradável? Não, não é. É …

E os sinos? Que agradável que é ouvir um sino, daqueles bem antigos, bem solenes – Tocam os sinos na torre da igreja… Mas, senhores, em certos locais, às 7 da manhã! E os toques com “música plástica” de hora a hora? E a transmissão de cerimónias religiosas, através de um altifalante! Não são nada dignificantes da solenidade que a cerimónia devia ter (Há umas semanas, numa freguesia vizinha, a missa de corpo presente estava a ser difundida para a comunidade…)

E…? E…?

Podemos melhorar a paisagem? Podemos. Está nas mãos de cada um de nós – agindo, apontando, protestando.

 

SUGESTÕES:

Ler – A desobediente, Patrícia Reis

Ouvir – Tão longe, tão perto, de Fernando Alves, Antena 1, principalmente, o episódio de 25 de Maio.

 

**(Escrito de acordo com a ortografia antiga)

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