Dúvidas

Nunca imaginei que, de um momento para o outro, um vírus tão pequeno parasse o mundo inteiro e fosse capaz de se reduplicar com tanta força e rapidez.

Notícias de Viana
15 Mai. 2020 4 mins
Dúvidas

Isto
leva-me apensar na nossa pequenez e na grandeza do Criador.

Mas
o que mais me faz pensar é que me sinto numa posição deveras delicada.

Sempre
me satisfez o facto de, diminuindo a população das nossas comunidades para mais
de metade, as igrejas calculadas para a gente da época em que foram feitas,
sempre satisfizeram, em termos de tamanho, a não ser em festas muito especiais,
as necessidades do número de participantes.

Agora
dou comigo a fazer contas, depois de saírem as normas da CEP, mas tendo nós que
salvaguardar o distanciamento social, vamos ter que fazer grandes esforços.
Vejam a antítese:

Antigamente
ficava feliz, pelo facto de a igreja estar cheia, agora tenho que estar feliz
por estar meia vazia, porque assim não há risco de contágio.

Naturalmente
muita coisa mudou este vírus, mas não se pode dar aso ao pessimismo, porque
pelos ecos que me chegam o pormenor de ter de se estar mais em família teve
vários aspetos positivos.

Lembro
entre eles a aproximação das famílias. Nos anos sessenta nasciam os meus
sobrinhos e, um dia, uma das minhas irmãs, que já está na terra da verdade,
ouviu de alguém mais experiente que saboreasse os tempos da baixa por
maternidade, porque em breve começaria ou voltaria de novo ao trabalho e,
então, o filho que nascera, já não seria só dela. Teria que o deixar na creche,
depois no pré-primário, depois na escola, depois no ensino secundário, depois
na universidade, depois na casa da noiva…


tudo isso passou. A voz experiente tinha razão. Agora o estado paga às mães (as
empresas também) para que durante esta pandemia acompanhem os filhos em casa e
sejam como que segundas professoras de proximidade. Nós colocamos nas redes
sociais a catequese dos diferentes anos e pedimos que sigam as catequeses, que
até junho estarão à disposição. Vários colegas celebram sozinhos, mas colocaram
pelo facebook agora no mês de maio não apenas o terço, mas também a eucaristia
diária, que celebram sozinhos, mas está à disposição dos paroquianos.

Não
seria imaginável tudo isto há uns anos atrás, por isso alguém afirmou que
aquela passagem do combate no céu entre S Miguel e Lúcifer repete-se agora.

Dizia
o anjo mau a sorrir:
-Fechei as igrejas!

Retorqui
o Arcanjo Miguel:


Abri uma igreja em cada lar!

Será
isto verdade?

Em
muitos casos sim, pelos ecos que nos chegam.

 Na missa dominical a percentagem dos praticantes
que estão com respeito diante da TV a cumprir o preceito dominical, andarão
pela mesma percentagem dos que estavam presencialmente, a subir um pouco pela
comodidade…-. O Terço já só metade destes serão capazes de o rezar. Catequese
…dez por cento.

 Estou a falar da minha área. Por outros lados
será tudo melhor.
Eu só lanço ao ar estes apontamentos para que, quem se sente responsável por
estas coisas, partilhe, se encontrou forma de melhorar estas percentagens,
porque o “bichinho” parece que veio para ficar.

Eu
só partilho que, durante a pandemia, cada domingo, gravo uma mensagem breve,
com dois pensamentos da liturgia dominical, coloco nas redes sociais e as
visualizações atingem o milhar. Claro pela novidade e rapidez, e vai para todo
o mundo. Nas igrejas tinha, nas três comunidades no máximo, trezentas pessoas!

E
temos que continuar a ser apóstolos… e a chamar outros que se juntem a nós,
quer com Covid-19 a pulular por tudo quanto é sítio, quer nas calmarias,
enquanto não houver remédio, digo vacina, que lhe dê tréguas.

Que
a Senhora dos Pastorinhos, em cujo mês estamos, nos dê o amor a Jesus Escondido
de S. Francisco, o espírito de sacrifício de Santa Jacinta e a perseverança da
Lúcia, a caminho dos altares.

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