O Bispo de Viana do Castelo, D. João Lavrador, presidiu, nos dias 12 e 13 deste mês, à Peregrinação Internacional aniversária de julho, no Santuário de Fátima. O prelado lembrou a guerra na Ucrânia e os incêndios em Portugal, e convidou os peregrinos a rezar pelas vítimas.
Na celebração vespertina da Peregrinação Internacional aniversária de julho, D. João Lavrador começou por pedir aos católicos que sejam mais solidários com o sofrimento das pessoas mais necessitadas. “Transportamos em nós o mundo de sofrimento que nos rodeia e, mais ainda, nos atinge”, referiu, apelando à “comunhão de vida com Deus e com os irmãos”. “O desespero do tempo presente atinge as pessoas e tem o seu auge na guerra infame, com que todos estamos a sofrer, sobretudo os nossos irmãos ucranianos”, advertiu.
O Bispo de Viana do Castelo apontou ainda a “cultura de morte”, promovida por “ideologias dominadoras”. “É hora de nos colocarmos em questão a lucidez da nossa fé cristã, que é encontro de cada um com Jesus Cristo”, declarou.
Durante a celebração, os peregrinos foram convidados a rezar pelas vítimas dos incêndios, pelos bombeiros, pelos agentes da proteção civil e pelos voluntários que combatem os fogos.
Já no dia 13, na Eucaristia a que presidiu no recinto de oração na Cova da Iria, D. João Lavrador afirmou que a paz “exige a participação de todos os homens”. “Como se nada tivesse mudado de há um século até hoje, a humanidade continua a viver numa ameaça permanente de guerra, de conflito, de violência, e de destruição”, disse, observando que o requinte dos dispositivos de destruição proporcionado pela tecnologia bélica, “coloca a humanidade perante a possibilidade da sua autodestruição”.
O prelado assinalou que todos são “chamados a edificar a paz”, e acompanhando os desafios que Nossa Senhora lançou, “e nesta hora lança”, a partir da Cova da Iria, são “chamados a ser arautos e construtores da paz”. “A paz exige a participação de todos os homens. Os cristãos têm uma responsabilidade particular”, salientou, lembrando que o Concílio Vaticano II afirma que todos os cristãos são “insistentemente chamados a que, praticando a verdade na caridade, se unam a homens verdadeiramente pacíficos para implorarem a paz”.
Segundo o Bispo diocesano, se a paz a nível mundial preocupa, “não é menos importante” reconhecer e atuar “nos contextos da vida”, nomeadamente, nos vizinhos, nas associações, nas empresas, escolas e Universidades. “Na participação política e cívica, a paz é um dom e uma tarefa”, realçou, defendendo que é necessária também uma “renovação na educação das mentalidades e da opinião pública”, e que quem se dedica a estas duas áreas, deve “procurar formar as mentalidades de todos para novos sentimentos pacíficos”.
Por fim, implorou a Nossa Senhora do Rosário de Fátima a bênção para “todos os povos fustigados pela guerra, nomeadamente o povo irmão da Ucrânia”, e que todos desperte para serem “missionários da esperança e da alegria”.
Entre as orações dos peregrinos, durante a Missa, estiveram os temas da construção da paz, a solidariedade, a pandemia e os incêndios. “Pela paz no mundo, em especial pelas vítimas na Ucrânia, que o Senhor ensine o mundo a amar a paz, a construí-la e a defendê-la”, foi lido em inglês.
Os peregrinos foram novamente convidados a rezar pelas vítimas dos incêndios “que assolam o país e outras regiões no mundo”, e por todas as pessoas empenhadas “em os combater” – os bombeiros, os agentes de proteção civil e os voluntários – para que “sintam o apoio” da solidariedade e da oração, e todos possam “agir de modo responsável na prevenção dos fogos”.
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