Terminei a leitura e o estudo do Documento, Para Uma Igreja Sinodal. Com 155 números bem recheados, impõe-se não abandonar de imediato a reflexão, mas saborear o que se lê e pensar as formas de colocar na nossa vida esta reflexão sinodal. Nunca é demais parar para pensar, em ordem a uma mais honesta atitude pastoral. Os mecanismos mudam segundo os contextos e esperam vontades pessoais resolutas.
O povo de Deus é “muito variado” (127) e esta oportunidade é para todos (78). A escuta é essencial e provoca atitudes e comportamentos novos no evoluir do povo que prossegue a sua luta pelos bens fundamentais diariamente. Necessita-se de “respeitar cada um” (89), caminhando para a frente sem desprezar ninguém. As pessoas possuem os seus ritmos que se devem respeitar e de tempos a tempos “consultar” (51) para não inventar caminhos individualísticos, seguindo sempre com os outros, com todos, ”enraizados” numa lugar (110) próprio e ninguém tem o direito de obstruir seja o que for.
A Igreja não é uma entidade abstrata, mas conta com cada um e com todos. A Chave da experiência sinodal forma-se e executa-se sempre que cada um está capacitado de levar com os outros um projeto que acalentam. ”A casa” de cada um é a casa da Igreja que aí se desenvolve na medida da abertura à “Palavra de Deus” e da comunhão efetiva com os irmãos. Hoje o nosso lugar é profundamente devedor de uma “cultura digital” (113), o que obriga à partilha de conhecimentos e de saberes que todos vamos adquirindo. Ninguém é excluído.
A experiência sinodal implica que saibamos apresentar o que deve ser discernido, que dediquemos o tempo conveniente ao discernimento, nos disponhamos na liberdade para partilhar, escutemos a cada um, procurando consensos e formulemos adequadamente o que queremos como comunidade (84).
Não se admitem pressas, mas impõe-se atenção a todos, tornando ativos os organismos já existentes, usando as instituições de que dispomos, em ordem à unidade que é requisito constante no início e que sai aprimorada no fim. O documento dá um relevo à Catequese (145) como imersão no existente e lugar onde acontecem aberturas a promover, e deixa um aviso muito atual para não desprezar os “vulneráveis” (150).
O que se espera não é um final fatal, mas “um banquete” (152-155) para o qual todos somos permanentemente chamados, o que nos coloca em vigilância conjunta para que na unidade nenhum se perca; “testemunhamos juntos” (154) Quem nos dá alento nesta terra que é de todos, com todos e para todos.
Feliz ano santo de 2025, primeiro ano de preparação para o nosso Jubileu diocesano.
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