Bispo presidiu às celebrações da Solenidade do Coração de Jesus.
Na manhã da última sexta-feira, o Bispo Diocesano de Viana do
Castelo presidiu à Eucaristia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, no
templo que Lhe está dedicado, no cimo do monte de Santa Luzia. A Eucaristia
reuniu os presbíteros de toda a Diocese e foi oportunidade para fazer a
renovação das promessas sacerdotais e a bênção dos Santos Óleos, que não foi
possível realizar na Quinta-feira Santa.
Na sua homilia, D. Anacleto começou por dizer:
“Há duas lições elementares que esta pandemia nos trouxe: a consciência da
nossa fragilidade no seio de uma sociedade onde aparentemente o ser humano ia
dominando tudo; o amor à vida, enquanto maior dom que Deus nos deu”.
O Bispo explicou, depois, a partir da Liturgia da Palavra que
“o segredo da vida é precisamente a consciência da nossa fragilidade, a qual
foi assumida pelo próprio Cristo, fazendo dela uma virtude”.
Falando em concreto aos presbíteros, exortou-os a ter
consciência da sua fragilidade e da sua dependência do outro. D. Anacleto
recordou em particular o exemplo de tantos sacerdotes que “se dispõem a ajudar outros
irmãos padres que estão doentes ou a passar por dificuldades de vária ordem,
tantas vezes com sacrifício pessoal”.
O Bispo Diocesano terminou a sua reflexão
expressando o desejo de que todos, a começar pelos presbíteros, “sejam imagem
do Coração manso e humilde de Jesus”.
No final da Eucaristia, teve ligar a leitura do
decreto de elevação a Santuário Diocesano do Templo do Coração de Jesus. O Pe.
Armando Dias, Vigário Episcopal do Clero, recordou ainda os sacerdotes que
celebram este ano Bodas de Prata e Bodas de Ouro Sacerdotais, sendo que neste
último grupo se inclui o Bispo Diocesano. O Pe. Armando regozijou-se também com
a aprovação, pela Conferência Episcopal, da candidatura do Templo do Coração de
Jesus a Basílica.
“Não deixemos que nos matem a alma”, pede o Bispo Diocesano
No domingo, e apesar da
peregrinação não se ter realizado nos moldes habituais, o Bispo Diocesano
presidiu à Eucaristia, às 11h00, no Parque das Tílias. Na sua homilia, começou
por observar: “Esta peregrinação nasceu de um voto feito em plena epidemia, a
febre pneumónica, que dizimou tanta gente. Sinceramente, nunca imaginei que
passados cem anos pudéssemos estar impedidos de a realizar precisamente pela
mesma razão que esteve na sua origem. O que significará isto?”.
E apontou a resposta: “Que
temos de viver esta peregrinação com o mesmo espírito com que ela nasceu: com
uma prece sentida ao Senhor para que nos livre desta pandemia que nos impede de
retomar a normalidade”. D. Anacleto recordou, contudo, que Deus nada faz sem que
haja compromisso do ser humano, pois “Deus age através de nós”.
Partindo da Liturgia da
Palavra, o Bispo disse que aquilo que Deus quer, acima de tudo, é que “não nos
matem a alma”. E concretizou: “Não deixar que nos matem a alma é não deixar
morrer a nossa relação com Deus, embora, neste tempo, tenhamos de a viver de
uma forma diferente. Não deixar que nos matem a alma é não deixar morrer a
nossa relação com os outros, particularmente com quantos sofrem com esta
pandemia, entre os quais os que passam fome, os que perderam entes queridos, os
idosos que, nos lares, não podem ser visitados, sofrendo com a solidão”.
O Bispo Diocesano exortou
ainda ao cumprimento das orientações das autoridades de saúde. Lamentou que
alguns episódios conhecidos nos últimos dias façam com que Portugal não seja
hoje tão bom exemplo como há umas semanas e lembrou as palavras do Papa
Francisco: prudência e segurança.
A celebração contou com a presença de diversos fiéis, muitos dos quais se dirigiram a pé até ao Santuário, observando todas as regras de segurança. Estiveram também presentes vários sacerdotes e o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Eng. José Maria Costa.
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