Na Igreja do Convento de S. Domingos, lugar em que se encontra sepultado S. Bartolomeu dos Mártires, na celebração que marcou festivamente o seu dia litúrgico, D. João Lavrador recordou a paixão do santo português por Cristo e o seu desafio à originalidade pastoral.
O prelado diocesano apontou para a urgência que deve ser colocado na proclamação de uma “boa notícias”, apesar do reconhecimento de que “faltam trabalhadores para a causa do Evangelho”.
“Jesus desperta-nos, e por Ele, também nós, como Jesus, percorremos cidades, aldeias, famílias, associações e autarquias, percorremos vizinhas e locais de trabalho, para a anunciar a boa notícia”, afirmou.
D. João reforçou que a vida de S. Bartolomeu só pode ser entendida se for apontada a “uma paixão única pelo Evangelho, que nasce da comunhão com Cristo, visível nas diversas visitas pastorais”, que o Arcebispo de Braga fez ao seu território. “Pensamos que ele era um ativista, um fazedor de acontecimentos e encontros, mas lemos o que ele escreve e vemos como ele era um místico que convida a saborear a vida e o dom de Deus”, evidenciou, reforçando, posteriormente, que foi esse o ponto onde ele encontrou “alento, força e criatividade” para o seu caminho e proposta de renovação eclesial.
Seguindo o exemplo de Cristo no Evangelho proclamado na celebração, o Bispo de Viana do Castelo apontou para uma falta de proximidade crónica na vida da Igreja. “Somos vizinhos, mas não somos irmãos”, disse, citando o Papa Francisco, pedindo um “encontro com Cristo, antes de qualquer tipo de tarefa”, e indicando S. Bartolomeu como exemplo da proposta evangélica. “Bartolomeu dos Mártires era aquele que se aproximava de todos e que refletia a compaixão de Deus”, salientou.
D. João Lavrador pediu, ainda, uma pastoral do acompanhamento. “Uma pastoral que faça do agente alguém que está ao lado, alguém que acompanha, alguém que cresce em conjunto, alguém que reconhece o patamar que o outro se encontra, para podermos crescer uns com os outros”, explicou.
“Não estejamos aqui como meros espetadores e meros admiradores de S. Bartolomeu. Ele marcou o seu tempo e nós somos chamados a marcar o nosso”, concluiu.
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