Como tem vivido este tempo de pandemia?
Temos vivido este tempo como toda a gente. Como tempo de provação, mas também como tempo de superação. De provação, naturalmente; somos humanos e somos afetados pelas condicionantes sanitárias, as dificuldades na economia e no emprego, a ansiedade pelo futuro e, portanto, desse ponto de vista, temos de enfrentar as dificuldades. Como é que o fazemos? Com uma boa dose de otimismo, típica dos escuteiros, procurando soluções alternativas. O escutismo começou por responder com uma plataforma criada a nível nacional, com o escutismo em casa, para manter o vínculo pedagógico entre os escuteiros dentro dos Agrupamentos, mas também fazendo reuniões ao nível dos órgãos da Junta Regional com os Chefes de Agrupamento, Secretários, Tesoureiros, Chefes de Unidade … Depois, quando foi possível retomar as atividades – e isso foi feito de forma gradual – uns mais rapidamente que outros, mas globalmente, a Região conseguiu desconfinar e deu esse sinal a partir do verão, com um conjunto de atividade desenvolvidas, até no caso de Viana do Castelo, em parceria com a Câmara Municipal, e estou-me a recordar, por exemplo, da vigilância das praias e da vigilância florestal, que culminou com a abertura do Ano Escutista em outubro, numa atividade virtual entre a Região, mas com ação concreta nos Agrupamentos, em pequenos grupos, com as dinâmicas próprias de cada Secção e com a visita da Junta Regional a esses Agrupamentos. Com o confinamento, voltámos há um ano atrás, e estamos a retomar a metodologia utilizada com as atividades à distância dentro daquelas que é possível fazer. Portanto, a dose é otimismo, superação e fazer aquilo que sempre fizemos, que é dar um pontapé no impossível.
O que tem sentido ao contactar com as comunidades?
Naturalmente as dificuldades da situação, de receios dos pais, de algum esmorecer nos relacionamentos que é sempre normal, sobretudo nas idades mais jovens, por via do afastamento, mas, também, uma boa dose de esperança de que, quando as coisas puderem retomar o seu curso normal, possamos, novamente, estar em pleno e com as nossas atividades a funcionar como queremos. Há uma perda de efetivo na nossa Região de cerca de 8%, mas creio que, quando as coisas retomarem, poderemos recuperar o normal.
Como tentou fazer face aos desafios lançados pela pandemia?
Mesmo com a perda de efetivo – que está relacionada também com um Agrupamento que estava em processo de encerramento – há Agrupamentos que cresceram, o que não deixa de ser curioso, o que demonstra que há uma confiança dos escuteiros e das famílias na atividade que nós proporcionamos, e não temos histórico, para já, de ter havido contágios dentro das atividades escutistas, até porque elas decorrem sempre com o respeito pelas normas, em pequenos grupos e, portanto, isso também é um sinal positivo. Nós, o que esperamos, é que as coisas possam regressar à normalidade possível e nós responderemos como sempre temos feito.