Por outro lado, em 2020 celebra-se o 200º aniversário de Florence Nightingale, a fundadora da enfermagem moderna e a primeira mulher a receber a Ordem de Mérito. O tempo que passou nas enfermarias dos soldados britânicos e aliados, especialmente durante as suas rondas noturnas durante a Guerra da Crimeia, valeu-lhe o apelido de “Dama da Lamparina”. Fundou a primeira escola de enfermagem de base científica, e também por isso, o seu aniversário é comemorado todos os anos a 12 de maio, como o Dia Internacional do Enfermeiro.
Acontece, ainda, que a campanha mundial de três anos Nursing Now (uma colaboração entre a OMS e o Conselho Internacional de Enfermeiros), lançada em 2018, terminará no final de 2020. A este propósito, a OMS fala frequentemente do “impacto triplo” dos enfermeiros: melhor saúde, economias mais fortes e maior igualdade de género. Sendo o primeiro resultado o mais óbvio, e o segundo, igualmente importante, os homens podem ser, e até são, enfermeiros, mas são as mulheres que representam a maior parte deste grupo profissional. Tornar-se enfermeira, sobretudo em muitos países, abre novas possibilidades para as mulheres, dando-lhes a oportunidade de receber educação formal, inscrever-se em programas de formação, obter uma cédula e, finalmente, conseguir um emprego e o rendimento a ele associado. Isto melhora o crescimento económico geral e também aumenta a igualdade de género na força de trabalho.
O que a OMS nem imaginava, era o especialíssimo papel que a enfermagem iria desempenhar no Ano Internacional do Enfermeiro, num ano em que se declara uma pandemia, em que não há país que não faça tudo para proteger os seus médicos e enfermeiros, em que a generalidade das populações se desdobra em apoios e aplausos a quem abdica de si próprio, da sua vida familiar e da sua própria liberdade, para se dedicar ao seu semelhante, seja ele quem for, num esforço que não é de esperar da larga maioria das outras profissões. Obrigado, enfermeiras e enfermeiros de todo o mundo.