Cinco anos após o início da sua operação, o parque eólico ‘offshore’ flutuante, instalado ao largo de Viana do Castelo, está a ter “um efeito reserva” de biodiversidade, tendo sido identificadas 270 espécies.
Segundo estudos ambientais conduzidos pela Ocean Winds, foram identificadas “aproximadamente 270 espécies a coexistir com o projeto de forma bem-sucedida”, entre as quais 33 aves (com um aumento significativo entre o período prévio e o operacional), “cinco espécies de mamíferos marinhos” — com destaque para o golfinho-comum —, e até um tubarão-frade.
O documento aponta ainda para a presença de “sete espécies exóticas (quatro de flora e três de fauna)”, muitas das quais “agarradas às paredes das secções submergidas das plataformas”, que passaram a funcionar como novos habitats bentónicos, atraindo mexilhões, estrelas-do-mar e algas.
Em “termos de pontos de monitorização, foi observado um aumento na abundância de fitoplâncton, polvos, golfinhos comuns, peixes com maior biomassa, espécies sensíveis a campos eletromagnéticos e aves”. Segundo a Ocean Winds, estes dados confirmam o papel do parque enquanto “abrigo” e “zona de alimentação” para diversas espécies, com destaque para os peixes e os polvos.
Quanto aos riscos ambientais, o relatório mostra que “as descargas de pesca em Viana do Castelo não diminuíram desde que o parque eólico offshore iniciou as suas operações” e que, embora aves como o alcatraz e algumas espécies de gaivotas corram risco de colisão com as turbinas, as aves em perigo da região tendem a voar “demasiado baixo”, o que as mantém fora da zona de risco.
A Ocean Winds refere que “além da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) desenvolvida para o WindFloat Atlantic na sua fase de desenvolvimento, foram feitos vários estudos ambientais obrigatórios exigidos pela sua licença”, desde a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) até aos estudos contínuos que se prolongam desde antes da construção (em 2018) até ao presente.
O estudo começou em 2023 e visa “compreender melhor a vida marinha, peixes, invertebrados e plâncton”.
Com ligação à rede desde dezembro de 2019 e operação plena desde setembro de 2020, o WindFloat Atlantic já produziu um total acumulado de 345 GWh até março de 2025 — energia suficiente para abastecer cerca de 25 mil casas e evitar a emissão de mais de 33 mil toneladas de CO₂.
c/ Lusa
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