O maior sonho da vida

Ao longo da última viagem do Santo Padre, foram muitos os discursos e as atitudes que nos motivam de sobremaneira, na atenção lúcida a tantas gentes. Por vezes, deixamos abrir brechas no diálogo franco com todos, movidos somente pelo momento mais espinhoso e difícil, não tendo prestado atenção aos condicionamentos do momento, apenas movidos pela monotonia do quotidiano fugitivo: temos “necessidade de ‘descalçar as sandálias’, pois me encontro num lugar abençoado pela fraternidade entre os homens”, como dizia o Papa à Comunidade Judaica em 13 de setembro, em Bratislava. Comungar a História é um testemunho de fraternidade. Também aqui “brilha a luz da Esperança”, pois somos uma “família de irmãos que se respeitam, amam e colaboram entre si”.

Como no dia 15 pretérito, no Centro ‘Belém’, na mesma Viagem Apostólica, também o Papa nos diz que “o Senhor está connosco quando estamos juntos, assim felizes, (…) e está também quando atravessamos momentos de provação”. O fechamento não resolve nada, apenas faz alguns cataventos. Importa pouco entrincheirar-se em torres de marfim: “colocar-se em guetos não resolve nada. (…) O caminho para uma convivência é a integração”, como o referia à Comunidade cigana.

Interessa ao longo deste ano ter horizontes sadios. Como disse o Papa aos jovens na Eslováquia “o amor é o maior sonho da vida, mas custa. É lindo, mas não é fácil de interpretar”, pois “não é ter tudo e súbito, nem obedece à lógica do uso e lança fora. O amor é fidelidade, dom e responsabilidade”: “quando sonhardes a amor, não acrediteis em efeitos especiais, mas que cada um de vós é especial”. Seja a especialidade de cada um encarar cada momento de forma ativa e inovadora, acreditando. Haverá momentos mais duros, que não se abraçam sozinhos, mas com Jesus que nos ajuda a abraçar a cruz: “Uma fé que não se fica pelo abstrato, mas faz-nos entrar na carne e nos torna solidários com os necessitados”, como sentenciava o Papa na Eucaristia final da sua viagem.

O ano de trabalho (2021-2022) que agora começou é teu: enfrenta-o com amor, honestidade e lucidez. Sê responsável na Escola, nos Serviços, nos trabalhos diários, no Lazer e no repouso. “Entra na tua carne”, sê solidário e empresta tónus aos teus sonhos. Não te isoles. Vive com os outros no encalço dos teus objetivos. Sê leal, perspicaz e aventureiro; arrisca com otimismo e com altruísmo. Procura bom entendimento com todos e elege alguns momentos só para agradecer, como o faz sempre o santo Padre. Sê cortês, dedicado e culto sem desânimo.