Memória agradecida: Pe. João Martinho e Pe. Luís Martins, últimos padres ordenados por D. Anacleto Oliveira

Existem momentos na nossa vida que nos marcam profundamente. Conhecer, contactar e conviver com o nosso Bispo, D. Anacleto, podemos dizer que foram momentos marcantes nas nossas vidas, momentos que jamais esqueceremos. Recordo-me particularmente do momento em que conheci D. Anacleto. Foi numa visita a Arcos de Valdevez em que lhe fui apresentado como um […]

Notícias de Viana
21 Set. 2020 3 mins
Memória agradecida: Pe. João Martinho e Pe. Luís Martins, últimos padres ordenados por D. Anacleto Oliveira

Existem momentos na nossa vida que nos marcam profundamente. Conhecer, contactar e conviver com o nosso Bispo, D. Anacleto, podemos dizer que foram momentos marcantes nas nossas vidas, momentos que jamais esqueceremos.

Recordo-me particularmente do momento em que conheci D. Anacleto. Foi numa visita a Arcos de Valdevez em que lhe fui apresentado como um futuro seminarista. Lembro-me da sua resposta: “será uma honra ordenar-te sacerdote”. Estaríamos, neste dia, longe de imaginar que, juntamente com o meu condiscípulo, seríamos os “padres jubilares”, como nos chamou, os últimos padres a ser ordenados por ele.

Por sua vez, eu conheci o D. Anacleto quando ainda andava no Seminário menor de Viana. Estava no 10º ano de escolaridade e, desde logo, o que me mais impressionou nele foi a sua hospitalidade, humildade e simpatia. Neste primeiro encontro que tive com ele, ao nos cumprimentar, perguntou a todos o nosso nome e paróquia.  Recordo-me ainda de um episódio engraçado, contado recentemente pelos meus pais, onde, numa conversa informal, no Seminário Conciliar de Braga, D. Anacleto tinha comentado com eles que eu gostava muito de carros. Sim, por incrível que pareça, uma das muitas conversas que tive com ele, enquanto o acompanhava às visitas pastorais, foi sobre carros, onde ele me confessou também gostar de conduzir. Isto para dizer que D. Anacleto sempre nos deixou muito à vontade com ele: era realmente nosso amigo e sempre muito próximo.

Nestes últimos anos foram muitos os momentos em que estivemos com ele pessoalmente, quer em Braga, aquando das suas visitas aos seminaristas maiores que se encontravam no Seminário Maior, quer nas celebrações diocesanas ou ainda quando o acompanhávamos nas suas visitas pastorais. Momentos estes em que se apresentava sempre bem-disposto e manifestava uma especial atenção para com os seus seminaristas.

Recordamos as suas visitas em que gostava de saber como estávamos, partilhando connosco o plano daquele ano para a Diocese e celebrava com toda a comunidade do Seminário.

Nas celebrações diocesanas chegava sempre com um sorriso nos lábios e chegado à porta da Sé Catedral, sempre fazia questão de cumprimentar todos os seminaristas.

Também nas visitas pastorais gostava que um seminarista o acompanhasse. Tivemos essa oportunidade várias vezes. Era nestas viagens, por vezes longas, que partilhava coisas ligadas com a sua experiência de vida, como por exemplo o tempo em que havia estado na Alemanha a estudar e, lá, era capelão de uma comunidade portuguesa.

Sempre nos surpreendia o seu modo de ser: simples, amigo disponível, mas, sobretudo, o seu modo de estar com as pessoas e no meio das pessoas. Por isso dizia numa entrevista que só se sentia Bispo no meio das pessoas. De facto, era um Pastor que “gostava de cheirar às ovelhas” como tantas vezes pede o Papa Francisco.

Deixou-nos de forma inesperada… Deixa-nos o seu exemplo de simplicidade, de humildade, de simpatia… de Pastor.

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