Memória agradecida: Marta Pontes, grupo de casais orientado por D. Anacleto Oliveira

No jardim de Getsémani, há uma inscrição de que sempre me lembro quando me sinto tentada, como hoje, a duvidar da minha fé: “My Father, I do not understand You, but I trust You” (Meu Pai, eu não Te entendo, mas confio em Ti). Deus sabe o quanto desejava não haver razão para escrever este […]

Notícias de Viana
21 Set. 2020 2 mins
Memória agradecida: Marta Pontes, grupo de casais orientado por D. Anacleto Oliveira

No jardim de Getsémani, há uma inscrição de que sempre me lembro quando me sinto tentada, como hoje, a duvidar da minha fé: “My Father, I do not understand You, but I trust You” (Meu Pai, eu não Te entendo, mas confio em Ti).

Deus sabe o quanto desejava não haver razão para escrever este texto. Deus sabe o quanto me está a ser difícil entendê-Lo neste momento, mas, como sempre acabo por fazer, resta-me confiar Nele.

Todos nós, em algum momento da nossa vida, nos questionamos e somos tentados a acreditar que é impossível existir um Deus perante toda a miséria do Mundo. Nos últimos oito anos, em todos esses momentos, foi com o D. Anacleto que falei e ele, perante as maiores atrocidades, sempre conseguiu apaziguar o meu coração e revolta.

O D. Anacleto era é uma daquelas pessoas ímpares, com uma luz e serenidade capazes de iluminar uma praça inteira. O mundo inteiro.

E é por isso que, neste momento tão triste para todos nós, que tivemos o privilégio imenso de privar com ele, de o ouvir e de aprender com ele, nos sentimos tentados a pôr, novamente,  tudo em causa. 

Se o D. Anacleto viesse a saber, de antemão, o fim que o esperava, havia de o aceitar serenamente e, até, ver nele algo bom. Haveria de ser capaz de sorrir ou mesmo de fazer uma piada sobre o assunto, que terminaria com uma das suas gargalhadas genuínas de quem tudo aceita com resignação e verdadeira tranquilidade.

Ele, provavelmente uma das pessoas mais cultas que conheci, sempre rejubilou com tudo o que dizia aprender connosco. Sempre sentiu a felicidade das nossas vitórias e esteve sempre lá para nós.

Fazia-me falta, hoje, dizer-lhe o quanto estou triste, o quanto me apetece ser apenas humana e chorar a sua morte, que tanto me custa aceitar.

Chegou demasiado cedo e de forma demasiado inesperada o momento de pôr em prática tudo o que nos foi mostrando e ensinando ao longo da nossa caminhada juntos. Por ele, e por estes oito anos fecundos, resta-me aceitar a vontade de Deus e acreditar, como o D. Anacleto sempre acreditou, que, neste momento, estará num lugar melhor e a olhar por nós.

Até sempre, D. Anacleto!

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