Memória agradecida: Augusto Canário

Através de um telefonema de um amigo, a triste notícia do falecimento de D. Anacleto Oliveira colheu-nos tão de surpresa, que ainda custa a crer na sua veracidade. E estupefação e a expectativa de se tratar de uma ‘fake news’ levou-nos ao  imediato acesso às redes sociais e aos canais de informação, para confirmar e […]

Notícias de Viana
22 Set. 2020 4 mins
Memória agradecida: Augusto Canário

Através de um telefonema de um amigo, a triste notícia do falecimento de D. Anacleto Oliveira colheu-nos tão de surpresa, que ainda custa a crer na sua veracidade.

E estupefação e a expectativa de se tratar de uma ‘fake news’ levou-nos ao  imediato acesso às redes sociais e aos canais de informação, para confirmar e obter mais detalhes do anunciado fatídico e lutuoso acontecimento.

Confirmado.

Afinal, era verdade. 

O Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, falecera, num fatídico acidente rodoviário, nos arredores de Almodôvar, distrito de Beja.

Nesse momento, para além dos olhos a marejar de lágrimas, com a tristeza sentida, sentimos um aperto no peito e a sensação de impotência para reverter uma situação tão dura de aceitar. Foi como se tivesse falecido uma pessoa da nossa família. E, em boa verdade, assim podemos considerar.

O respeito, a simpatia, a consideração, a admiração, podemos dizer até, o afeto que sentimos pelo ‘nosso Bispo de Viana do Castelo’, despertaram em nós uma grande tristeza, um profundo pesar e uma nostalgia imensa.

Ao longo dos anos que liderou a  Diocese de Viana do Castelo, cada encontro que tivemos com D. Anacleto Oliveira, foi sempre um momento de privilegiado diálogo, fosse qual fosse o contexto em que tais encontros aconteceram.

Nos nossos trabalhos profissionais na instituição APPACDM, de Viana do Castelo, quer nas representações do Presépio Vivo, que assistia na primeira fila, quer na recepção ao nosso ‘Grupo de Janeiras’, quer nas cerimónias da Páscoa (celebração da Visita Pascal na Instituição), teve sempre uma postura gentil, afetuosa e amiga para todos os utente e trabalhadores e para connosco. 

Nos pontuais encontros, nas visitas pastorais à nossa paróquia, sempre nos tratou com amabilidade, com palavras agradáveis, em virtude do nome ‘Canário’ e da atividade que desenvolvemos ‘cantador/cantor’.

Recordamos as suas palavras de ânimo, de respeito e de amizade, que nos dirigiu, aquando da nossa nomeação, por parte da Autarquia vianense, para presidir à Comissão de Honra da Romaria de Nossa Senhora da Agonia, na recepção das autoridades no Convento de S. Domingos, em Viana do Castelo.

Na verdade, D. Anacleto Oliveira, sendo a autoridade máxima da Diocese de Viana do Castelo, o representante da Igreja de Roma, na nossa terra, foi sempre um Homem simples, no trato com os mais humildes, delicado com quem se lhe dirigia, afável com os mais debilitados e mais desprotegidos e, de um modo geral, muito próximo de todos os seus fiéis, cultivando uma pastoral de proximidade. Não nos inibimos de citar uma senhora de alguma idade, que ouvi no dia do falecimento, tão triste quanto nós: ‘parecia que nos tinha a todos no coração’. Uma frase destas diz tudo, sobre o respeito e o carinho que os vianenses, e quem o conhecia, sentiam por D. Anacleto Oliveira. 

Quando falava, quando pregava, quando rezava, havia algo em D. Anacleto Oliveira que nos cativava, que nos prendia a atenção… falava-nos ao coração.

Nesta hora de tristeza pela sua partida física da terra, é importante recordar o Homem, o Bispo, o Vianense, através do seu exemplo de vida e da obra que nos legou, por forma a fazer de cada cidadão um se melhor, mais justo, mais participativo e melhor cristão.

Com imensa tristeza e saudade,  Família da Conferência Episcopal Portuguesa, à Família Diocesana, à Família Vianense, à sua Família de Cortes – Leiria, aos seus amigos mais próximos, apresento sentidas condolências.

Que Deus o tenha em Seu regaço.Que descanse em paz.Que o seu exemplo nos ilumine.

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