Liderar e Tolerar

Como em todas as organizações também na Igreja a liderança é um elemento central e capaz de marcar toda a diferença. A relevância dada aos “valores”, às “pessoas” e ao “diálogo” marca toda a diferença para uma eficaz resposta aos desafios do mundo de hoje, tais como: a globalização, o acelerado desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico, a crescente complexidade, a permanente mudança; o desafio de caminhar com os Homens. Um líder marca tanto pela forma de estar como pela forma que coordena e avalia o trabalho realizado pelos diferentes intervenientes da comunidade. Foi desta forma que o Sr. D. Anacleto Oliveira liderou a nossa comunidade diocesana. 

Notícias de Viana
30 Set. 2021 2 mins
Liderar e Tolerar

Com uma forma discreta e eficaz onde a Tolerância se evidenciava, uma vez que esta não se esgotava no respeito às diferenças, mas sim, na condução à aceitação e reconhecimento do outro, como pessoa diferente que é. 

Guardamos dele o exemplo do reconhecimento recíproco, a capacidade de relativizar, o ato de reconhecimento mútuo da bondade intrínseca d’Aquele em quem acreditamos.

A humanidade é recuperada em cada ato, na aplicação do critério de igualdade, com base no respeito e preservação das diferenças que caracterizam a Identidade de cada um.

Paul Ricoeur, cujo programa ético inclui o outro necessariamente, lembra que “a perspetiva de uma ‘vida boa’ acontece com e para outros em instituições justas” (Ricouer, 1991). É interessante observar que a “vida boa” pressuposta por Ricoeur inclui o eu, o outro e a comunidade. Isto ajuda a entender a razão pela qual a problematização da dialética entre o eu e o outro e a compreensão, a respeito da indissociabilidade entre tolerância e reconhecimento, não poderiam ser ignoradas na sociedade, nem, em particular, por nenhum de nós.

Há que se reafirmar que a tolerância pressupõe mais que o reconhecimento originário do outro como diferente, pressupõe a possibilidade de o outro se manter na sua diferença. Foi esse o espaço que D. Anacleto nos fez sempre sentir na sua forma de estar e conduzir a nossa Igreja diocesana.

Portanto, somente aqueles que estão internamente dispostos a acolher o estranho e o novo são tolerantes sem perder a essência da sua unidade e identidade. A maior lição de liderança tivemo-la entre nós, com aquele que foi o nosso Bispo D. Anacleto de Oliveira, com a sua atitude discreta, genuína, aberta e bondosa. A presença de um homem justo e bom que nos engrandecia.

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