Segundo a Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), com base no que diz ser os “principais resultados do questionário Educação Inclusiva 2021/2022, relativos a alunos e recursos humanos e materiais”, em 2021/2022, o número de alunos com necessidades específicas voltou a aumentar. No Alto Minho, os números são desconhecidos, mas a experiência da professora, já aposentada, Luísa Matos, confirma igualmente uma subida, principalmente, na deficiência mental.
Luísa Matos foi professora de Educação Especial durante 42 anos. Terminou a sua carreira na Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo, que é, hoje, uma escola referência na multideficiência e no autismo. “Hoje, a educação especial está muito melhor em alguns aspetos, mas noutros ainda não”, afirmou, alertando para a necessidade de fazer mais e melhor. “De há uns anos para cá, há maior envolvência das famílias e mais oferta de formação”, elogiou.
Em 1981, entrou nas equipas de Ensino Especial, onde, mais tarde, depois de se especializar, foi subcoordenadora durante “alguns anos”. No entanto, com as mudanças nas políticas educativas, estas equipas acabaram e cada professor foi colocado na sua escola. “Hoje, a educação especial é inclusiva. Antigamente, os alunos não eram da escola. Estavam à parte”, lamentou, elogiando as novas políticas educativas, mas “com um ponto de interrogação”. “Hoje, os alunos estão incluídos, mas nem sempre o estão verdadeiramente”, atirou, lembrando que as políticas educativas assim preveem. No entanto, pô-las na prática é “complicado”. E, apesar das melhorias, a professora considera que “há lacunas na formação dos professores”. Há oferta, mas “não é obrigatória”. Além disso, defende uma formação no exercício.
Sem conseguir indicar números em concreto, Luísa Matos admite um aumento de casos, sobretudo, no autismo. “Antes, a incidência era na deficiência visual, auditiva e motora. Hoje, a incidência é essencialmente na deficiência mental. Já existia, mas não tão expressiva”, indicou, referindo que “há mais variações de autismo, muitas dislexias e síndromes”. “A migração também contribuiu para este aumento. Os alunos chegam-nos com imensas dificuldades. Os brasileiros, por exemplo, para além da
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