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ULSAM em crise. Profissionais falam em “instabilidade e incerteza”

Nem um ano após a tomada de posse de um novo Conselho de Administração (CA) para a ULSAM – Unidade Local de Saúde do Alto Minho, fontes ligadas à saúde indicam que a nomeação de um novo CA está para breve. Os médicos assumem que o Conselho liderado por João Porfírio tomou “decisões estruturais” importantes, mas apontam insuficiências. Paulo Passos, médico e membro da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), elogia a nomeação de alguns diretores de serviço cujos antecessores estavam demissionários ou eram interinos, assim como as obras para a renovação da Urgência de Pediatria e do Bloco de Partos, mas refere que a “consulta externa se encontra subdimensionada, bem como o Bloco Operatório, que é insuficiente para o número de especialidades”.

Micaela Barbosa
3 Jan. 2025 4 mins

Já Helena Terleira, médica especialista em medicina interna, afirma que a ULSAM esteve em “estagnação” durante cinco anos. “Chegou este CA, depositaram-se grandes esperanças em que as coisas viessem a arrancar e, nem 10 meses depois, parece que não. Fica-se com a sensação de que estamos a perder tempo e oportunidades”, considerou, frisando que “não pode ser bom para a instituição” porque “cria instabilidade e incerteza”.

Devido à falta de médicos, os profissionais indicam que Ponte de Lima deixou de ter medicina interna, e que se encontra a dar apoio telefónico a esse concelho e a Monção. “A saúde não se resolve pelo telefone (…) Entre o ano passado e este ano, não conseguimos ficar com 50% dos colegas que terminaram a especialidade, porque uns, ou foram para outros hospitais, ou para os privados, ou migraram. Outros, desistiram a meio da especialidade e, portanto, tudo isto é dramático, porque estamos a ficar sem pessoas para trabalhar e segurar as urgências”, aponta Helena Terleira. 

Para Paulo Passos, uma das preocupações é a própria estrutura do complexo hospitalar. “Encontra-se degradada e é muito pouco acolhedora, quer para quem lá trabalha, quer para quem dela tem necessidade”, especificou. Ao Notícias de Viana fala, também, da ausência de investimento tecnológico. 

Relativamente às reformas da saúde, Paulo Passos considera que “os graves problemas do SNS têm sido dolosamente ignorados pelos últimos Governos, sobrando em sobranceria o que lhes falta em responsabilidade”. “Este Ministério da Saúde deveria chamar-se, mais apropriadamente, Ministério da Propaganda da Saúde. Não fazer nada, mantendo tudo na mesma, e mesmo assim, esperar que os resultados sejam diferentes, é de uma irracionalidade difícil de compreender”, criticou, recordando que, com a alteração no concurso para colocação dos jovens especi

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