Promover a qualidade de vida através das ervas aromáticas

Cebolinho, coentros, hortelã, manjericão, salsa ou tomilho. Até mesmo “as edições especiais”, com nomes peculiares, como salva ananás ou sorrel dos bosques, fazem parte das mais de 30 variedades de ervas aromáticas produzidas em Viana do Castelo.

Notícias de Viana
27 Abr. 2023 4 mins
Promover a qualidade de vida através das ervas aromáticas

São quatro hectares de produção. Em 2009, apenas existia uma estufa. No entanto, 12 anos depois, a Aromáticas Vivas – empresa pertencente ao Grupo SPISA e a PAM O.P., que abastece o mercado ibérico, diariamente, com uma variada gama de ervas frescas, – conta com seis estufas de produção de ervas aromáticas frescas, microgreens e flores comestíveis. 

A empregar 56 colaboradores, dos quais 54% são mulheres e 46% são homens, a Aromáticas Vivas, em 2021, produziu cerca de cinco milhões de vasos e cerca de 90 toneladas de ervas aromáticas. E é a única empresa do país a produzir em vaso (biológico) devido ao sistema mecanizado que permite ter as temperaturas controladas. 

As flores comestíveis 

Nas duas primeiras estufas, à entrada, estão as flores comestíveis, desde os amores-perfeitos às flores de mel, um produto recente que é, principalmente, procurado por “um público mais profissional”. “As flores comestíveis começaram a ser produzidas entre 2018 e 2019. São vendidas em embalagens de 10 gramas”, explicou Cristina Oliveira, responsável pelo departamento de marketing e comunicação. 

Os microgreens 

Já no que diz respeito aos microgreens, Cristina Oliveira conta que “são colhidos na primeira fase de crescimento” por causa do “sabor diferente”. “Muitas vezes, são mais fortes no sabor e, em termos de vitaminas e aminoácidos, são mais ricos”, salienta. 

As ervas aromáticas 

Numa outra estufa, a primeira de todas, sente-se o cheiro do manjericão. A variedade mais produzida e vendida que, numa primeira fase, é colocada no “berçário” enquanto as plantas ainda não estão totalmente enraizadas. Numa fase seguinte, passam para as linhas de produção e, quando atingem “as medidas”, são colhidas e embaladas, ou em vaso ou cortadas. 

Após o processo de estacaria, as plantas são transplantadas para um vaso maior. Um processo que era feito todo à mão, mas que recentemente passou a ser mecanizado. A novidade neste mesmo espaço, é a câmara de leds. Uma experiência que, segundo Cristina Oliveira, “está em fase de testes” e que “vem dar resposta” a um problema que a empresa atravessa: a falta de espaço. “Ali, estamos a produzir ervas aromáticas com luz artificial”, confidenciou, assegurando: “Conseguimos produzir, num pequeno espaço, uma grande quantidade de plantas.” 

O ambiente 

Pelo caminho para as estufas, está o armazenamento de água, que é feito em circuito fechado. “Tudo o que não se consome é, de novo, filtrado”, conta, acrescentando que reaproveitam as águas da chuva. “Um dos nossos grandes ideais é a sustentabilidade. Além da poupança de água, resíduo zero. É a nossa última certificação, em que tudo aquilo que não é aproveitado, por algum motivo, é para fazer substrato. Vêm cá empresas recolher para fazer substrato”, referiu, contando ainda que fazem reciclagem e revisão de lixo.

Na porta seguinte, criam-se ácaros e insetos auxiliares, “uma produção própria e única a nível nacional”, através da análise das pragas. “Usamos os ácaros todo o ano devido às temperaturas que são produzidas, prevenindo a propagação de pragas. Se virmos pragas, colocamos os insetos para rapidamente as combaterem”, explicou um dos colaboradores, especificando que, um balde cheio na produção, tem “cerca de 125 mil ácaros”. “Para além das placas cromáticas, temos a instalação de hotéis de insetos nas estufas, para eles poderem ficar lá durante algum tempo”, acrescentou, atirando, entre risos: “Tem qualidade de vida como qualquer outro lugar”. 

Esta “arma secreta”, como assegura um outro colaborador, permite menos encargos à empresa e, muitas vezes, é procurada por clientes ou agricultores locais de outros tipos de produção. 

O embalamento 

Repartido entre cortadas e vasos, o embalamento é feito numa zona mais refrigerada para “manter as ervas frescas” e com “mais durabilidade”. Faz-se a seleção e a pesagem, porque as embalagens têm diferentes pesos. A etiquetagem com o lote e dia, é feita numa máquina e, no final, as ervas seguem em caixas para serem colocadas nas paletes e para os clientes. “Todos os dias saem encomendas nos nossos camiões para os armazéns dos supermercados, que fazem a divisão pelas suas lojas”, disse, terminando: “Recebemos as encomendas no dia para sair no próprio dia. Da parte da manhã é feita a colheita, e da parte da tarde é o embalamento.”

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