Pe. Manuel Almeida: “Continuamos com a nossa luta diária pelo bem da nossa comunidade”

O Centro Paroquial e Social de Fornelos (CPSF), com sede na Paróquia de Fornelos, Arciprestado de Ponte de Lima, foi criado por iniciativa da Fábrica da Igreja de S. Vicente de Fornelos e ereto canonicamente, por decreto do Bispo de Viana do Castelo, D. Armindo Lopes Coelho.

Notícias de Viana
23 Jul. 2021 7 mins
Pe. Manuel Almeida: “Continuamos com a nossa luta diária pelo bem da nossa comunidade”

Adquiriu personalidade jurídica, natureza de pessoa coletiva de utilidade pública e foi reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social, em 14 de agosto de 1995.

O CPSF propõe-se contribuir para a promoção integral de todas as pessoas da Paróquia e povoações mais próximas, coadjuvando os serviços públicos competentes num espírito de solidariedade cristã, humana, social e cultural.

Do enquadramento histórico destacam-se:

2000 – Inicia a sua atividade com o Centro de Dia, o Serviço de Apoio Domiciliário e o Centro de Atividades de Tempos Livres;

2003 – Inaugura o Lar para pessoas idosas com capacidade para 11 utentes;

2004 – Inaugura a Creche S. Vicente;

2009 – Devido à política governamental de prolongamento de horário do 1º ciclo escolar, encerrou o Centro de Atividades de Tempos Livres;

2014 – Inaugura a ampliação do Lar para pessoas idosas, com capacidade para mais 18 utentes em regime particular.

Respostas Sociais

Centro de Dia

Esta resposta social foi criada tendo em vista as necessidades da população da freguesia e das comunidades circundantes. O acordo de cooperação foi celebrado com o Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo a 29/08/2000. 

Funciona na sede do CPSF e presta um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção das pessoas idosas no seu meio sociofamiliar, satisfazendo as suas necessidades.

É nosso dever assegurar a qualidade dos serviços prestados a todos os utentes; a capacidade do Centro de Dia é de 15 utentes.

Serviço de Apoio Domiciliário 

Esta resposta social foi criada tendo em vista as necessidades da população da freguesia e das comunidades circundantes. O acordo de cooperação foi celebrado com o Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo a 19/09/2000. 

Funciona na sede do CPSF e consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as atividades da vida diária.

A capacidade do Serviço de Apoio Domiciliário é de 35 utentes.

Estrutura Residencial para Pessoas Idosas 

A Estrutura Residencial para Pessoas Idosas do CPSF (Lar) desenvolve atividades de apoio social através de alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, fornecimento de alimentação, cuidados de saúde, higiene, conforto, fomentando o convívio e proporcionando a animação cultural e a ocupação dos tempos livres dos seus utentes.

A institucionalização surge como a última resposta para o encaminhamento da pessoa idosa, visto que o objetivo base é proporcionar aos utentes desta resposta social o máximo de qualidade de vida, pelo maior tempo possível.

A capacidade máxima atual do Lar do CPSF é de 11 utentes, em função do acordo de cooperação celebrado com o Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo a 11/11/2003, e de 18 utentes fora do acordo de cooperação (regime particular).

O Lar surge, deste modo, como uma resposta social destinada a pessoas idosas que, por diversas razões, como, por exemplo, o grau de dependência, o isolamento ou a falta de apoio familiar, deixam de ter possibilidade de se manter no seu domicílio. O internamento deve surgir no momento em que a situação física, emocional e social do idoso o impossibilite de se manter no seu meio familiar.

Creche S. Vicente

A Creche S. Vicente do CPSF acolhe crianças de idades compreendidas entre os 0 meses e os 3 anos, durante o período diário correspondente ao trabalho dos pais. Cada vez mais, esta resposta social é procurada pelos pais, pois os avós não têm disponibilidade para ficar com os netos em casa, ou por incapacidade ou porque ainda se encontram no ativo.

A capacidade máxima da Creche do CPSF é de 40 crianças, tendo celebrado acordo de cooperação em 09/09/2004 com o Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo.

Notícias de Viana (NdV): Quantas pessoas integram o Centro Paroquial e Social?

Pe. Manuel Almeida (PMA): Para assegurar o bom funcionamento e a prestação de serviços, a instituição dispõe de um quadro de pessoal adequado, em conformidade com a legislação aplicável.

O quadro do pessoal é composto, ao momento, por um total de 41 funcionários, afetos às várias respostas sociais existentes.

NdV: Quais as principais necessidades/dificuldades que existem no Centro Paroquial e Social?

PMA: Existem várias matérias de difícil gestão na instituição. A maior delas prende-se com dificuldades financeiras e de tesouraria. O valor das receitas é manifestamente insuficiente para cobrir os elevados custos diários da instituição. Este facto agravou-se nos últimos anos com os aumentos dos vencimentos dos trabalhadores da instituição, que bem o merecem, mas que não foram acompanhados pelo proporcional aumento da receita. O valor comparticipado pela Segurança Social, assim como a fórmula de cálculo do valor a cobrar ao utente, mantêm-se inalterados há anos.

Outra dificuldade é a gestão dos recursos humanos, nomeadamente, a gestão de horários de trabalho para gerir as faltas e baixas, as férias ou outras ausências. Este assunto seria mais fácil de gerir se não fosse a dificuldade financeira, porque haveria possibilidade de contratar mais postos de trabalho para fazer face a estas faltas.

NdV: Quais as principais iniciativas realizadas com os idosos?

PMA: O CPSF dispõe de um conjunto de atividades inseridas no Plano de Atividades. O Plano de Atividades é um instrumento orientador da atuação ao longo de todo o ano, contendo o programa com as linhas gerais que irão guiar as atividades e os projetos das respostas sociais Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), Centro de Dia (CD) e Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) do Centro Paroquial e Social de Fornelos.

O Plano de Atividades é realizado anualmente, sendo as atividades dispostas por categorias. Sendo assim, as atividades disponíveis são: 

  • Atividades físicas/motoras (ginástica sénior e caminhadas); 
  • Atividades cognitivas/mentais (atelier de expressão oral e escrita e jogos de estimulação cognitiva); 
  • Atividades lúdicas (jogos de mesa, época balnear, atelier de música, atelier de culinária, contador de histórias, atelier de jardinagem e horticultura); 
  • Atividades religiosas/espirituais (recitação do terço, celebração da Eucaristia);
  • Atividades de expressão plástica (trabalhos manuais);
  • Atividades da vida diária (pequenas tarefas domésticas, cuidar da imagem);
  • Atividades intergeracionais (Creche S. Vicente, Centro Educativo de Trovela – Agrupamento de Escolas da zona);
  • Atividades da Biblioteca Municipal de Ponte de Lima (Bibliosénior, cinema sénior)
  • Comemoração de efemérides.

As atividades estão enquadradas nestas categorias desta forma, para responder aos objetivos planeados especificamente para os nossos idosos. 

A execução das atividades é feita de acordo com as normas preventivas da Covid-19, por forma a não ser possível a transmissão do vírus entre idosos/colaboradores, nomeadamente as algumas atividades lúdicas, e as atividades intergeracionais. Mesmo assim, as atividades propostas poderão ser influenciadas por fatores externos e/ou internos, suscetíveis de condicionar o seu desenvolvimento normal, pelo que, ao longo do ano, poderão ser adotadas algumas alterações que venham a revelar-se necessárias, de acordo com os acontecimentos não programados e com novas atividades, provenientes das parcerias estabelecidas na comunidade, quer formais quer informais.

NdV: A pandemia trouxe ainda mais dificuldades. Como fizeram face aos desafios lançados pela Covid-19?

PMA: Desde março de 2020 que enfrentamos uma situação de pandemia, com menos colaboradores, com um grau de exigência muito elevado em termos de cuidados. De dia para dia, aumentava a tensão sentida pelos utentes e pelos colaboradores, quer pela suspensão das visitas e um maior isolamento, quer pelas sucessivas notícias diárias.

Foram meses muito difíceis, um desgaste muito elevado para o pessoal, quer físico quer emocional. 

Hoje, encaramos esta realidade de outra forma e adaptámo-nos bem ao cumprimento do nosso plano de contingência, colaboradores, utentes e famílias.

Foi um esforço com um resultado bastante positivo até à data, mas continuamos com a nossa luta diária pelo bem da nossa comunidade.

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