Neste sentido, o Pe. Ricardo afirmou, logo ao início, que a sua reflexão visava “procurar o reconhecimento de Cristo Ressuscitado”, considerando que, apesar de não caminharmos sozinho, mas ao Seu lado, isto “não quer dizer que sempre O reconheçamos”. Assim sendo, fazendo um percurso pelas temáticas da Liturgia da Palavra propostas ao longo da Quaresma adiantou que, na porta de entrada deste tempo litúrgico, vivido em situação de pandemia, nos “encontramos no dia um, em que parece que não chega a plenitude; em que, da agressividade da escuridão, da agressividade da dificuldade, se passa para o que desejamos alcançar na esperança”, em ritmo de “amanhecer constante”. Deste modo, e apelando ao contexto atual, afirmou que a primeira pergunta a fazer não deve ser “onde está Deus?”, mas “porque é que eu não reconheço Deus?”.
Com efeito, associando o dia da Ressurreição ao dia da inteligência cristã, como ocasião do acesso à fé, recuperou que “se Deus cuida da humanidade, Deus cuida daquilo que é Seu”, deixando que o acesso a Jesus é, simultaneamente, progressivo e regressivo.
“Jesus não anuncia um juízo, mas uma soberania de Deus, a partir do Reino de Deus que está próximo. (…) Jesus anuncia, ao invés, uma salvação não construída pelo Homem, mas que vem de Deus”, referiu, postulando que, por esse motivo, “a Igreja não pode ser uma realidade fechada … mas uma realidade sempre aberta”.