Falar de Escola é Falar de Educação. O que não percebemos ainda?!

Falar de Escola é falar de educação. Compreender a escola é, também, compreender a evolução das ideias sobre educação ao longo dos tempos. Nesta linha de evolução, muitas têm sido as ideologias e práticas: o considerar o indivíduo aluno (na sua tripla dimensão, cognitiva, afetiva e motora) como componente central da intervenção educativa, até aos […]

Notícias de Viana
18 Nov. 2022 3 mins
Falar de Escola é Falar de Educação. O que não percebemos ainda?!

Falar de Escola é falar de educação. Compreender a escola é, também, compreender a evolução das ideias sobre educação ao longo dos tempos. Nesta linha de evolução, muitas têm sido as ideologias e práticas: o considerar o indivíduo aluno (na sua tripla dimensão, cognitiva, afetiva e motora) como componente central da intervenção educativa, até aos anos 50; depois o privilegiar as metodologias de ensino; a valorização das interações no processo educativo, as vivências escolares em detrimento dos saberes escolares, a comunicação, a partilha, o diálogo, o trabalho em comum e a cooperação (Nóvoa, 1995). O autor refere que modernizar o sistema educativo passa por investir na descentralização das escolas, tornando-as como “lugares de formação”. Nóvoa afirma que as escolas têm de adquirir uma grande mobilidade e flexibilidade, incompatível com a inércia burocrática e administrativa que as tem caracterizado. Trata‐se, no seu entender, de construir escolas como espaços de autonomia pedagógica, curricular e profissional, o que implica um esforço de compreensão do papel dos estabelecimentos de ensino como organizações, funcionando numa tensão dinâmica entre a produção e a reprodução, entre a liberdade e a responsabilidade. Só uma escola com personalidade consegue obter sucesso, porque controla o seu próprio destino e tem normas e abordagens distintas para a realização dos seus objetivos. O desenvolvimento da personalidade de Escola depende da autonomia local e da utilização sensata dessa autonomia (Sergiovanni, 2004).

A Escola que hoje temos é uma escola que conquistou a interação, mais próxima, mais criativa, sem dúvida, usa pedagogias mais atrativas, parece-nos uma escola mais de todos e para todos. No entanto, deparamo-nos com alunos pouco motivados, com pouca imaginação, não brincam em grupo, com imensos problemas de relacionamento e integração, etc. Reflexo da sociedade atual? Também. No entanto, não podemos deixar de questionar porque é que, apesar de todas as metodologias implementadas, da oportunidade proporcionada de fomentar alunos mais autónomos, criativos e curiosos, não conseguimos atingir os reais objetivos da escola de hoje.

Para que aconteça uma efetiva participação, uma partilha de ideias, de atividades, da interação com o meio, as tomadas de decisão são muito importantes e para isso é necessário que as lideranças saibam atuar e criar os recursos necessários para que a escola de hoje seja, na verdade, uma escola de Todos e para Todos. As lideranças devem garantir a todos os intervenientes, especialmente aos professores, os meios/recursos materiais e imateriais para o exercício livre, criativo e responsável da sua função no seio da escola.

A autoridade precisa ser restituída ao ato de ensinar e aos seus agentes. O professor é o modelo, o testemunho do saber transmitido com alegria.

Estamos perante a situação real da oposição ao ambiente saudável educativo; onde se debatem mais as regras a ter em sala de aula, do que se reflete e ensina conteúdos de aprendizagens e competências para a vida. Quando chegará o momento de atuar e deixar os discursos populistas sobre educação?! O tempo da escola como local de aprendizagem e partilha de saberes estará a acabar?! Parecemos observadores a ver a onda, forte e destruidora, chegar aos nossos pés sem nos mexermos do mesmo lugar…

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