D. João Lavrador alerta  para “cultura de individualismo” e “paganismo difuso”

“Envolvidos e seduzidos por uma cultura de individualismo, teremos de reforçar a nossa convicção vinda do encontro com Jesus Cristo”, afirmou, lançando um apelo à “participação ativa” na comunidade e à partilha “generosa” dos dos de cada cristão. “Levemos daqui este propósito de sermos mais participativos na comunidade cristã e testemunhas da verdadeira esperança junto de todos os que vivem connosco”, interpelou. 

Lembrando que “a missão do mundo de hoje” exige uma evangelização “sem medo e com humildade”, D. João Lavrador alertou para o modo como a cultura atual dilui os fundamentos da fé. “Quem são os pagãos do nosso tempo? Certamente a uns identificamo-los, a outros nem tanto, mas, sem dúvida, que reina à nossa volta tanto paganismo a exigir de nós a proclamação e o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo, fonte de esperança”, refletiu, salientando que a vivência cristã não pode ignorar o contexto cultural e espiritual em que está inserida. “Jesus Cristo quer que estejamos conscientes da realidade do mundo e da cultura nos quais vivemos. Também hoje, um cristão consciente, que deseje purificar a sua fé no encontro com Jesus Cristo Vivo, deve colocar-se a questão sobre as manifestações religiosas do mundo onde vivemos”, acrescentou.

Para o Bispo diocesano, a reposta a esta “crise” espiritual e cultural passa por uma fé mais “comunitária e missionária”. A peregrinação, afirmou, é sinal de um povo em caminho que se reconhece como “comunidade cristã, discípulos missionários, portadores da esperança que não ilude perante um mundo a necessitar de razões de esperança”.

A celebração foi também  apresentada como o ponto de partida para o novo ano pastoral, que se centrará no aprofundamento da missão evangelizadora como “fermento no mundo”.