A minha primeira Missa presencial pós-quarentena

Por José À porta da igreja, dois jovens orientaram-me para me preparar antes de entrar. No interior do templo, tudo estava preparado para o Banquete da Eucaristia, “qual banquete nupcial”. Fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como tudo estava preparado a rigor, para que o meu regresso fosse em segurança e pleno de emoção por voltar […]

Notícias de Viana
23 Jun. 2020 8 mins
A minha primeira Missa presencial pós-quarentena

Por José

À porta da igreja, dois jovens orientaram-me para me preparar antes de entrar. No interior do templo, tudo estava preparado para o Banquete da Eucaristia, “qual banquete nupcial”. Fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como tudo estava preparado a rigor, para que o meu regresso fosse em segurança e pleno de emoção por voltar de novo à casa da Igreja, onde Jesus Cristo me esperava, qual “Pai Misericordioso” ansioso de receber o Seu filho de volta, depois de um tempo de afastamento presencial. Foi um retorno emotivo, como é sempre emotivo o retorno à casa do Pai, mesmo que sempre se esteja em contacto com Ele. Para maior alegria, eu estava designado para fazer parte da Equipa de Liturgia que serviu o Altar. A grande lição a tirar deste afastamento “obrigatório” é que, só quando nos vemos privados de alguma coisa de que gostamos muito e que amamos, e neste caso do ponto alto da nossa fé que é a Eucaristia, nos damos conta do quanto isso é importante nas nossas vidas. Obrigado, Senhor, por seres meu amigo e pela fé que me deste, fruto do Teu infinito amor.

Por
Ângela

Hoje,
regressámos à Eucaristia de forma presencial tomando todas as medidas
recomendadas pela Diocese de Viana do Castelo e pelas autoridades competentes.
Foi uma Eucaristia com sabor a “S”: “S” de saudade, “S” de serenidade.

Quero agradecer a todos os que prepararam este regresso: ao nosso Pároco e à equipa de acolhimento que recebeu os paroquianos na nossa igreja, que esteve com as suas portas fechadas, mas com atividade através das novas tecnologias.

Por
António


três meses que a igreja era a minha casa e a televisão o meu altar-mor. Bem
tentava convencer-me que tinha que ser assim e que a Eucaristia e a minha
participação tinham o mesmo valor. Mas, a verdade, é que Jesus quis os
Apóstolos à Sua volta para celebrar. Faziam falta! Eram parte!

De
volta à igreja para a Eucaristia, no meio do silêncio, do convite ao
sobrenatural, dei comigo a pensar “Que bem é estarmos aqui!” Apeteceu-me fazer
uma tenda e ficar mais algum tempo, como Pedro, no Tabor.

Hei de regressar à Eucaristia, se Deus quiser, mas suspeito que não voltarei a experimentar uma sensação como esta…

Por José

Com
um misto de ansiedade e de desejo, os fiéis da minha Paróquia, de máscara e de
mãos desinfetadas, puderam voltar a participar na Eucaristia dominical após
dois meses e meio de interregno. Por aqui, em solenidade de Pentecostes, a
missa vespertina teve um enquadramento de segurança e de higiene que muito
contribuiu para o à-vontade e segurança dos fiéis. Foi notório e eficiente o
papel desempenhado pelos Escuteiros que, à entrada do templo, deram instruções
e desinfetaram as mãos de todos os que acediam ao interior pelo pórtico
principal. No interior, a sinalética não deixava quaisquer dúvidas. Na hora da
comunhão, apenas uma fila, em que as pessoas deveriam respeitar um intervalo
assinalado no chão do corpo da igreja. Tudo bem preparado e todos a cumprir o
recomendado.

Novos tempos, novas condutas, a mesma Eucaristia, o mesmo Jesus.

Por Manuel

Parafraseando S. Paulo, na carta aos romanos, ultrapassada (?) a “quarentena”, dois pensamentos me assolaram, perante a possibilidade de retomar a participação presencial na Eucaristia: “Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez ou a espada?” (Rom 8,35). Ou estoutro (Sl 126,6): “À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.” É certo que o próprio Jesus Cristo Se sujeitou a um jejum de quarenta dias e no fim “sentiu fome” (Mt 4,2). Nós não somos mais que o Mestre… Apesar dos meios alternativos postos à nossa disposição, também nós sentimos fome da participação presencial na celebração da Eucaristia – local de encontro com Cristo e os irmãos e, sobretudo, da comunhão sacramental do Corpo e Sangue de Jesus. Na impossibilidade de o fazermos e porque para nós, crentes, continuam como verdade irrefutável as palavras de Isaías (Is 41,10): “Não tenhas medo, pois estou contigo. Não fiques ansioso, pois Eu sou o teu Deus.” Ou, ainda, com uma certeza do próprio Jesus Cristo: “Não vos deixarei órfãos” (Jo 14,18). Com todas estas certezas e com os recursos postos à nossa disposição, foi possível atenuar esta sede de Jesus Cristo, na esperança de que nos haveríamos de reencontrar na casa comum, porque “devorar-me-á o zelo pela Tua casa” (Sl 69,10). Foi, pois, com “enorme alegria, que me disseram, vamos para a casa do Senhor”, que voltamos à casa de Deus, porque o ato de orar, pode representar, significativamente, uma forma de estarmos presentes naqueles que amamos.

Por Cristina

Coincidência?
Será? Só sei que Deus sabe o que faz.

Reiniciar
a missa presencial no Pentecostes é algo que faz muito sentido. A descida do
Espírito Santo sobre os Apóstolos, a presença de Deus vivo sobre nós. É como se
renovássemos a fé e nos tirasse desse confinamento e isolamento espiritual.
Abre-nos à partilha e fortalece a nossa fé.

Que esta nova etapa da nossa vida, sirva para o melhoramento da fé, da esperança e da paz. Mandai, Senhor, o Vosso Espírito e renovai a Terra.

Por Tomásia

Medo!
Medo era o sentimento que pairava no ar junto dos Apóstolos de Jesus, depois da
Sua Morte.

Também
nós, nos últimos tempos, experimentámos, como os discípulos, um longo tempo em
casa e com as portas das nossas igrejas fechadas. Este Domingo concluímos a
cinquentena pascal com a Solenidade de Pentecostes, em que o Espírito Santo põe
fim ao confinamento da Igreja, e todas as portas e janelas são abertas para a
missão.

Regressar, após 84 dias, e poder celebrar, em comunidade, é um misto de emoções. Por um lado, a alegria de voltar a “ver o Senhor”, mas por outro, o receio de colocar em risco a saúde de todos, com alguma atitude menos consciente. Na minha Paróquia foram tomadas todas as medidas para nos sentirmos em segurança e podermos celebrar a nossa fé. O Pároco e a Equipa de Acolhimento fizeram um excelente trabalho pedagógico propiciando, assim, a vivência plena da Eucaristia. Não é, ainda, como nós desejaríamos, mas rezamos para que o Espírito Santo nos cumule com os seus dons para nos unir e voltar a reunir sem medos.

Por Remígio

A situação resultante da implacável pandemia que surpreendeu o país e o mundo, exigiu medidas de exceção que restringiram os hábitos e os comportamentos das pessoas. Em consonância com as determinações legais, a participação presencial dos católicos nos atos religiosos, designadamente na Sagrada Eucaristia, foi suspensa, vindo a agora ser permitida embora com “os cuidados que a situação aconselha” por recomendação dos nossos Bispos. A par do choque impensável que os meios audiovisuais nos deram a conhecer no Santuário de Fátima, no dia 13 de maio, do mesmo modo nos entristeceu a restrição de acesso ao interior da nossa igreja, bem como o espaçamento entre as pessoas e o uso de máscara. Na nave onde, habitualmente, todo o espaço fica preenchido, ficavam agora vagas as posições dos que normalmente participam na Eucaristia dominical. Não estava preparado! Jamais poderia conceber, após tantos anos vividos em paz e sob a Graça Divina, tão misteriosos desígnios.

Por Helena

Graças a Deus, já regressámos à Eucaristia. Estou muito feliz! Tenho 81 anos, mas mesmo assim não deixei de praticar a fé. Eu assistia todos os dias, em casa, no Facebook ou na televisão, mas na igreja é outra coisa, porque sentimos a verdadeira família cristã mais unida na Fé de Cristo.

Por Ricardo

Em tempos em que tudo ficou fisicamente distante, tivemos a oportunidade de recriar a Igreja Doméstica. Conseguimos ter momentos de profunda oração e de realizar pequenas celebrações, antes e após a Páscoa. Uma experiência única, que aponta na dimensão da Catequese Familiar. No Domingo em que celebrávamos o Pentecostes, e em que terminava o Mês de Maria, a minha família participou na celebração da Eucaristia. A sensação foi que tudo está afastado, que há “medos” de estar em comunidade, mas que Deus, pelo seu infinito Amor, nos aproxima, nos alimenta e dá-nos vida, vida em abundância. É bom, nem que seja lentamente, celebrar a Eucaristia, estar em comunidade e depois deste tempo ausentes, estarmos mais presentes. Esta crise surge como uma oportunidade para refletir o nosso testemunho como família cristã – e pessoal.

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