Uma Diocese que se despede do seu Bispo Emérito

A oração é também memória e testemunho. Nesta hora, em que o coração da Igreja está com o Senhor, o Notícias de Viana partilha alguns testemunhos de diocesanos que, ao longo dos tempos, se cruzaram com D. José Augusto Pedreira.

Notícias de Viana
23 Out. 2020 5 mins
Uma Diocese que se despede do seu Bispo Emérito

D. José era um homem muito bom por natureza e interessado pela vida da sua Diocese, à sua maneira. Não esquecer que tivemos quatro Bispos, e todos eles têm uma génese completamente diferente uns dos outros, e esta é uma riqueza para a Diocese pela diferença e por aquilo que cada um foi fazendo. O ponto mais alto de D. José enquanto Bispo, foi a realização do primeiro Sínodo Diocesano, em 2005. Desta reunião tiraram-se muitas conclusões muito importantes para a vida de uma Diocese com a dimensão, a estrutura e as caraterísticas que identificam Viana do Castelo. Logicamente que as conclusões a que se chegou, em muitas áreas, houve alguma dificuldade em implementá-las, mas foi um trabalho muito bom, no qual meteu o seu maior entusiasmo como principal responsável. D. José tem ainda duas realizações dentro do Centro Pastoral Paulo VI: a Casa Sacerdotal e o auditório. Estive e colaborei com ele, desde a minha entrada para a Diocese como ecónomo em 2006, até 2010. Sempre me dei muitíssimo bem com ele e daí, nasceu uma boa amizade.

Por Belmiro Rodrigues, leigo e antigo ecónomo da Diocese de Viana do Castelo

D. José Augusto era um Bispo de trato simples e próximo de todos. Sempre apoiou e valorizou o Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) como uma mais valia na evangelização da Diocese, marcando presença nas atividades diocesanas. Era também uma pessoa agradável e dialogante. 

Por Conceição Ponte, MCC

Recebi a notícia com alguma tranquilidade porque sabia que ele estava doente, mas com profunda tristeza. Perdi um grande amigo de infância, porque D. José Augusto foi Bispo e meu professor no Magistério. Desde os meus quatro anos que o conheço, quando ele veio para Viana do Castelo. Era um homem inteligente, bom conselheiro e ouvinte e, para mim, era aquele amigo ainda como pai. Também tinha alguma dificuldade em chamar-lhe de D. José, porque o tratava como senhor padre Pedreira. Pedia-lhe desculpa e ele mostrava aquele sorriso discreto. O seu falecimento é como sentir a falta de um elemento da família. 

Por Antonieta Brito, catequista

Recordo o Senhor D. José Augusto Pedreira como um homem muito simples, dotado de uma grande humildade e de sentido de serviço aos outros. Foi ele que conduziu o nosso Colégio, como diretor, entre 1963 e 1976; uma época também com muita instabilidade e que requereu, da sua parte, grande capacidade pedagógica.

Por Ricardo Sousa, diretor do Colégio do Minho

Foi diretor do Colégio do Minho e, por isso, era uma pessoa muito estimada na rua, por toda a gente. Tive o privilégio de o ter como professor nos meus primeiros anos de curso e, aliás, foi ele que veio comigo abrir o Jardim de Infância de Santa Marta de Portuzelo. D. José também frequentava várias vezes a minha casa porque ele muito amigo dos meus pais. Eles gostavam muito dele e, quando eles fizeram 70 anos de Matrimónio, ele presidiu à celebração na minha casa. Era uma pessoa muito generosa, excecional, amigo de todas as educadoras e pai para algumas. 

Por Rosa Esteves, Educadora de Infância

Fui ajudante do D. José. Era um braço direito para ele, quando ele estava ainda como diretor do Colégio do Minho e, numa altura em que teve de ir para Lisboa, substitui-o em alguns momentos. D. José era um educador nato que procurava educador. Foi o responsável pelo resto da minha formação que tinha feito no Seminário e ainda não tinha sido ordenado sacerdote. Ele acompanhou, e bem. Foi um homem cuidadoso e esteve sempre atento a todas as dificuldades que um novato sentia. Era também assim como os alunos que frequentavam o colégio, de uma forma ou outra. Já como bispo, esteve presente em vários acontecimentos importantes do Colégio e mesmo depois de o ser.

Por Pe. Miguel Moura, diretor do Colégio do Minho após D. José Augusto

Louvo e dou graças a Deus por a minha vida se ter cruzado com o padre Pedreira ou com o bispo Dom José. Como superior, como formador, até como “vizinho” na residência do Centro Paulo VI, em Darque, quando então se lançavam os alicerces da jovem diocese de Viana do Castelo. Uma presença, além de simpática, sempre muito sábia na orientação e na partilha de outras aprendizagens. Na medida da sua proximidade, também desejávamos a proximidade com ele. No privilégio dos encontros ou visitas que lhe fiz nos seus últimos tempos confessei, intimamente, um eterno agradecimento pela aceitação e reconhecimento do meu pobre trabalho no ensino da disciplina de EMRC. Muito obrigado Dom José.

Por José de Matos, professor

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