Saber perguntar: desafio e arte!

Isabel Lemos
4 Jan. 2024 3 mins
Irmã Isabel

Hoje, no início do novo ano, um novo começo e desejos de tudo o que é bom, de modo especial a Paz!

De mãos dadas a Santa Maria, Mãe de Deus, celebramos a paz desejada e, em silêncio, pedimos que as armas se calem e adormeçam para sempre.

Deixem que partilhe convosco que terminei o ano com duas letras na mente e coração: IA, por essa razão, em jeito de reflexão, em voz alta, escrevo.

Há um ano atrás, assistíamos ao nascimento da IA e aos seus primeiros passos. E se, por um lado, podemos vislumbrar a arte, torna-se visível o desafio a todos os níveis.

Como é fundamental saber perguntar, sermos portadores das melhores perguntas, senão o resultado pode levar-nos por outros caminhos, para não dizer ao abismo…

Diante da IA (inteligência artificial) que aprende rapidamente, torna-se urgente saber perguntar. Está nas nossas mãos a pergunta certa e certeira que pode facilitar a própria vida humana. Contudo, se a pergunta adequada for esquecida ou deixada à margem, a IA pode levar ao abismo. Desculpem se as minhas palavras parecem exagero, mas depois de ler, escutar, alguns estudiosos deste tema, refletir e rezar, ainda não disponho de outras palavras.

Até há uns dias atrás, a IA apenas dispunha de dados concretos, nomeadamente no que se refere à História da Igreja até 2021. Nesse sentido, se lhe pedíssemos uma lista dos últimos Papas, apresentava-a até aos nossos dias com uma nota dizendo que, na sua base de dados, só dispunha de confirmação até 2021. Não obstante, apresentava a tal lista até à atualidade.

Fez-me e faz-me pensar, para não dizer concluir, que o que não sabe, inventa ou pode inventar, e quem sabe… manipular. Será questão de arte ou imaginação?!

Bom, a IA coloca-nos nas mãos um grande desafio. Estar preparados nos diversos domínios do saber: desde as línguas e literatura, passando pela física, história ou teologia… (não todos em tudo, claro!) E, ajudar a aprender a IA, mas ao mesmo tempo prepararmo-nos para saber perguntar bem, quem domina a arte do saber em questão. Se não se fizer a pergunta correta, podemos obter outro tipo de informações. Saber perguntar: desafio e arte!

Quando estava a ponto de dar por terminadas estas palavras, tive a dita de ler a mensagem do Papa Francisco: “Deste modo, os progressos notáveis das novas tecnologias da informação, sobretudo na esfera digital, apresentam oportunidades entusiasmantes, mas também graves riscos, com sérias implicações na prossecução da justiça e da harmonia entre os povos. Por isso, torna-se necessário interrogarmo-nos sobre algumas questões urgentes: quais serão as consequências, a médio e longo prazo, das novas tecnologias digitais? E que impacto terão elas sobre a vida dos indivíduos e da sociedade, sobre a estabilidade e a paz?”[1]

E termino sublinhando, desejo que nasce do coração, feito oração …

Quem dera que a inteligência artificial pudesse ser útil para nos autotranscendermos, sem deixar decisões a algoritmos, promovendo uma ética autêntica.

Desafio e arte estão nas nossas mãos! Saibamos perguntar!

Não nos deixemos enganar. Sejamos portadores de boas e belas notícias, profetas da esperança com os olhos fixos no Alto e os pés no caminho, como discípulos missionários!

[1] Papa Francisco, Mensagem 57º Dia Mundial da Paz, 01 de janeiro de 2024

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