Peregrinos em caminho!

Isabel Lemos
6 Set. 2024 3 mins
Irmã Isabel

Hoje, trago no coração, um desejo que quero partilhar com cada um de vós… viver como peregrinos em caminho, saboreando de olhos abertos as maravilhas da criação, recebendo a beleza que em cada lugar fala mais alto, ainda que em sussurro, descobrindo que por ali passou quem ama de modo gratuito todo e qualquer peregrino.

Oxalá pudéssemos viver qual peregrinos sempre em caminho e na caminhada descobrir que a vida é e pode ser sempre mais do que alguma vez se pode sonhar. Oxalá!

Como o nosso mundo seria diferente, se a cada nova manhã, de olhos abertos, pudéssemos degustar a sorvos o cheiro do orvalho que pela noite foi caindo e redescobrir a presença d’Aquele que nada deixa ao acaso…

A vida e a sua beleza para encantar cada peregrino na viagem da vida e, nem sempre, prestamos atenção, peregrinos desatentos, perdendo a mensagem, a palavra dita sem letras, mas escrita em cada folha, pedra ou no chilrear de algum pequeno passarinho.

E, desperto, nesta manhã e ao longo deste dia, com o desejo de tornar realidade estas palavras que vou escrevendo ao som do amanhecer que bate de mansinho na janela do meu quarto sob o olhar da montanha que continua a convidar à subida vagarosa para não deixar o peregrino cansado, esgotado pelo esforço.

Oxalá possamos deixar acontecer, aqui e agora, a vida que nos abre a porta da esperança para continuarmos a caminhada, decidida e com audácia, até ao cume onde os olhos se podem encher de sentido e, se forem os olhos do coração, certamente que o sentido será ainda maior, se é que se pode medir a temperatura do encontro com o autor da criação.

Nesta altura em que nos encontramos às portas do Jubileu do ano 2025, experimentemos o convite a deixar-nos interpelar pela esperança e sejamos testemunhar credíveis do que dizemos viver.

Saboreemos algumas das palavras que o santo Padre, o Papa Francisco, nos dirige a todos com a ocasião da proclamação deste jubileu: “Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. (…) «Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança» (Rm 5, 3-4). (…) Frequentemente São Paulo recorre à paciência para sublinhar a importância da perseverança e da confiança naquilo que nos foi prometido por Deus, mas sobretudo testemunha que Deus é paciente connosco: Ele, que é «o Deus da paciência e da consolação» (Rm 15, 5). A paciência – fruto também ela do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida. Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte.” [1]

[1] Papa Francisco, Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do ano 2025

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