Hoje, trago no coração, um desejo que quero partilhar com cada um de vós… viver como peregrinos em caminho, saboreando de olhos abertos as maravilhas da criação, recebendo a beleza que em cada lugar fala mais alto, ainda que em sussurro, descobrindo que por ali passou quem ama de modo gratuito todo e qualquer peregrino.
Oxalá pudéssemos viver qual peregrinos sempre em caminho e na caminhada descobrir que a vida é e pode ser sempre mais do que alguma vez se pode sonhar. Oxalá!
Como o nosso mundo seria diferente, se a cada nova manhã, de olhos abertos, pudéssemos degustar a sorvos o cheiro do orvalho que pela noite foi caindo e redescobrir a presença d’Aquele que nada deixa ao acaso…
A vida e a sua beleza para encantar cada peregrino na viagem da vida e, nem sempre, prestamos atenção, peregrinos desatentos, perdendo a mensagem, a palavra dita sem letras, mas escrita em cada folha, pedra ou no chilrear de algum pequeno passarinho.
E, desperto, nesta manhã e ao longo deste dia, com o desejo de tornar realidade estas palavras que vou escrevendo ao som do amanhecer que bate de mansinho na janela do meu quarto sob o olhar da montanha que continua a convidar à subida vagarosa para não deixar o peregrino cansado, esgotado pelo esforço.
Oxalá possamos deixar acontecer, aqui e agora, a vida que nos abre a porta da esperança para continuarmos a caminhada, decidida e com audácia, até ao cume onde os olhos se podem encher de sentido e, se forem os olhos do coração, certamente que o sentido será ainda maior, se é que se pode medir a temperatura do encontro com o autor da criação.
Nesta altura em que nos encontramos às portas do Jubileu do ano 2025, experimentemos o convite a deixar-nos interpelar pela esperança e sejamos testemunhar credíveis do que dizemos viver.
Saboreemos algumas das palavras que o santo Padre, o Papa Francisco, nos dirige a todos com a ocasião da proclamação deste jubileu: “Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. (…) «Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança» (Rm 5, 3-4). (…) Frequentemente São Paulo recorre à paciência para sublinhar a importância da perseverança e da confiança naquilo que nos foi prometido por Deus, mas sobretudo testemunha que Deus é paciente connosco: Ele, que é «o Deus da paciência e da consolação» (Rm 15, 5). A paciência – fruto também ela do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida. Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte.” [1]
[1] Papa Francisco, Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do ano 2025
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