Pe. Rui Rodrigues: “A nossa principal missão é e será sempre apoiar os mais fragilizados”

A Instituição nasceu com o esforço e dinamismo do Pároco, Pe. David Fernandes, assim como do apoio da comunidade paroquial.

Entrou em funcionamento a 3 de outubro de 1994, tendo a sua sede sido benzida pelo Exmo e Revmo Bispo da Diocese de Viana do Castelo, Sr. D. Armindo Lopes Coelho, em 22 de setembro de 1996.

(Notícias de Viana): Qual a missão do Centro Social e Paroquial?

(Pe. Rui Rodrigues): A nossa principal missão é e será sempre apoiar os mais fragilizados, num reforço de solidariedade, procurando conferir aos que dele necessitam uma vida mais digna e feliz, minimizando as suas dificuldades e fazendo um esforço para que cada um sinta que não está só nem abandonado. 

(NV): Quantas pessoas engloba o Centro Social e Paroquial?

(PRR): Inicialmente com três funcionárias a apoiar sete utentes em Centro de Dia, a Instituição tem, ao longo do tempo, expandido a sua área de atividade. Cobrindo atualmente cerca de nove freguesias do Concelho de Caminha, a Instituição conta com 18 colaboradoras para prestar apoio a 64 idosos, 20 de Centro de Dia e 44 do Serviço de Apoio Domiciliário.

(NV): A pandemia trouxe ainda mais dificuldades. Como fizeram face aos desafios lançados pela Covid-19?

(PRR): Na sequência da pandemia, a Instituição deparou-se com novos desafios, momentos de grande preocupação, e incertezas. Foi necessário adaptar os serviços, as rotinas e as instalações, de forma a assegurar a prestação de cuidados com toda a segurança e saúde, mantendo a atividade da Instituição o mais normal possível. Foram definidas várias regras e medidas, no que diz respeito à diminuição do contacto social entre utentes e colaboradoras, à colocação de sinalética que permita apelar à etiqueta respiratória e correta lavagem de mãos, medidas gerais de higiene ambiental através da instalação de dispensadores de gel desinfetante e da utilização de tapete desinfetante para calçado, utilização de equipamentos de proteção individual em todas as colaboradoras, em ambas as valências, e medição da temperatura corporal em utentes e colaboradoras. 

Todas estas adaptações, aliadas ao encerramento do Centro de Dia durante vários meses, levaram a uma diminuição na afluência de utentes e a um acréscimo na componente das despesas, o que se veio a refletir numa dificuldade maior para a Instituição na obtenção de receitas.  

Os crescentes pedidos de apoio para pessoas idosas infetadas com Covid-19 sem qualquer retaguarda familiar, também se tornou um grande desafio para a Instituição. Apesar de toda a preocupação, esta nova realidade não pode nem deve ser descurada, pelo que temos sido capazes de gerir o seu percurso através dos serviços que necessitam, em articulação com a Segurança Social e Centro de Saúde, procurando, assim, encontrar as melhores soluções para um envelhecimento mais saudável e digno. No entanto, os apoios estatais não têm acompanhado financeiramente essas necessidades, pelo que a Instituição sente sérias dificuldades em colmatar as crescentes despesas, tendo em consideração a sua incapacidade de gerar mais receitas, além das provenientes das pessoas que apoiamos. 

Face a esta nova contingência, é urgente que o Estado, com o seu sistema de apoio social, se adapte e acompanhe esta nova realidade, e repense o apoio que presta às IPSS, a fim de que estas consigam cumprir e atingir os objetivos para que foram criadas. O futuro urge ser encarado de uma outra forma, dado o número crescente de pessoas com múltiplos problemas de saúde persistentes, que necessitam do apoio destas Instituições. 

Pela nossa parte, vamos continuando, com dedicação, a desenvolver a missão de que estamos incumbidos, procurando dar a quem necessita uma longevidade com qualidade e, sempre que possível, com alegria.