Nos anos 50 e 60 do século XX, a minha catequista ensinou-me toda a cartilha católica e, com cuidado, nos levava a rezar com esmero, não faltando aos deveres de cada dia. Assim, incutiu em nós apreço pelas coisas de Deus e nos levou a pautar a vida pelo Transcendente. Era assim ao longo da segunda metade do século passado. É assim hoje.
O ministério do catequista é primordial na Igreja e, por isso, saúdo esta Carta apostólica. A catequese, disseminada por todos os lugarejos da Diocese de Viana do Castelo, de toda a Igreja, envolve centenas de jovens e adultos que se dedicam de coração a este serviço vital para a comunidade.
Necessitamos de dar o relevo adequado a este ministério e dedicar-lhe muito mais do nosso trabalho pastoral: as crianças adquirem os hábitos da fé nos grupos de catequese e aprendem a ser gente, com bases fundamentais, pois a vida lhes dará motivos para agradecer os ensinamentos da catequista e dos outros seus colegas. Além de espaço de sociabilidade, cada grupo de catequese é lugar do acesso ao Transcendente e de convívio com “gerações mais jovens”: “um encontro autêntico”.
É conveniente orçamentar verbas em relação à formação de catequistas nos programas das nossas Paróquias; está em jogo o presente e o futuro das comunidades, na operosidade constante do Espírito na Igreja. A formação de catequistas seja prioridade em todas as comunidades. Este serviço é tão estruturante que somos poucos para a evangelização e para a osmose da vida de Deus em todos. Está em jogo o futuro do Cristianismo nos cenários quotidianos. É necessário outra “metodologia e instrumentos criativos que tornem o anúncio do Evangelho coerente com a transformação missionária que a Igreja abraçou” (Antiquum ministerium 5).
Importa, à luz da História da Evangelização nestes dois milénios, dar relevo a esta “grande evidência”, tornando cada vez mais “eficaz a missão dos catequistas”, mostrando e assegurando que a fé foi e é com os catequistas um “válido sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano”. O desenvolvimento das comunidades cristãs conta com este ministério de dianteira, desde sempre: mulheres e homens, os catequistas são “preciosos para a implementação, a vida e o crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes” (AM 7; Evangelii Nuntiandi 73). Um serviço charneira na Igreja.
Esperamos o Ritual para a Instituição deste ministério (a Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos o apresentará brevemente). Os incentivos e as normas das respetivas Conferências Episcopais aparecerão por todo o mundo cristão rapidamente. Um serviço crucial!