Os recursos digitais educativos no ensino escolar da religião

Na sociedade dita global, a informação e as novas formas de comunicação são atos que se tornaram normais e de uso diário, em todas as camadas etárias, mas com maior destaque nas mais jovens, quer pelo seu domínio quer pelo seu uso. Podemos considerar que com o acesso universal a novas formas de comunicação e informação, se agilizaram as formas de aprender, reaprender, de conhecer, de comunicar, ensinar, interagir; de integrar.

Notícias de Viana
30 Set. 2022 3 mins
Os recursos digitais educativos no ensino escolar da religião

João Paulo II marca um conjunto de caminhos a percorrer no recurso aos media: o respeito pela pessoa humana, a credibilidade da informação e o respeito pela propriedade intelectual. Pretende o Magistério da Igreja que os media proporcionem o encontro, o diálogo, e ajudem o ser humano a questionar-se sobre o sentido e a finalidade verdadeiramente humana dos media. 

A comunicação em rede é outro dos desafios que se colocam ao sistema educativo. Bento XVI exorta os cristãos a um testemunho coerente de comunicação “alicerçado nos valores evangélicos, que considera a pessoa em si e não a popularidade e impacto da comunicação”. Na prática letiva, este é dos pontos que, como professores, nos aproxima e transporta ao melhor conhecimento recíproco. A uma aprendizagem colaborativa e cooperativa. Num sistema de ensino em que os conteúdos sofrem de uma certa “obesidade”, a aprendizagem colaborativa e cooperativa, permite o emagrecimento desses mesmos conteúdos, pelo número de competências e capacidades que permitem desenvolver no aluno. Diria o Papa Francisco, também como um alerta para todos nós e como apontador de limites, que quando a velocidade de comunicação supera a capacidade de reflexão e discernimento, promove o isolamento e não o encontro, levando-nos a verificar constrangimentos no “agir humano” que exigem recuperar o sentido da pausa, da calma e da paciência com a diferença. 

No ensino escolar da religião, devemos colocar a sua própria especificidade em destaque, ou seja, quando fazemos recurso dos media e de fontes digitais, devemos sempre redobrar o cuidado com a credibilidade da informação. Todos conhecemos inúmeras formas de distorção da verdade; da dificuldade de distinção, nestes meios digitais, do verdadeiro do falso; da ilusão da realidade e da facilidade com que os jovens assumem esta informação sem fazer a respetiva verificação da origem. Assim sendo, não podemos pedir pesquisas sem qualquer orientação e sem acompanhamento. Devemos fazer caminho com os alunos procurando sempre levá-los à reflexão das fontes em cada informação recolhida e das questões que podem envolver as informações detetadas como falsas. O fenómeno religioso não é fácil de abordar, nem tão pouco capaz de ser abordado por qualquer docente sem formação específica. Seria muito fácil, sem conhecimentos prévios, assimilar qualquer tipo de informação sobre este fenómeno como verdadeiro; muitas vezes, afunilando a sua abrangência e fomentando valores contrários à Tolerância.

Em suma, os recursos digitais educativos, abordados de forma coerente e verdadeira, possibilitam ter acesso a milhares de informações e complexidades de contextos, tanto próximos como distantes da sua realidade que, num processo educativo, pode servir como elemento de aprendizagem, como espaço de socialização, gerando saberes e conhecimentos científicos e contribuindo para o desenvolvimento integral do ser humano.

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