Linha SNS24: Centros de Saúde do Alto Minho asseguram casos não urgentes. Mas, por quanto tempo?

Quase um mês depois da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) ter integrado o projeto “Ligue antes, salve vidas”, 4.500 utentes foram encaminhados para os cuidados de saúde primários, reduzindo a pressão nas urgências. 

Micaela Barbosa
6 Jan. 2025 2 mins

A informação foi avançada, em dezembro, pela instituição e confirmada pela médica de medicina interna, Helena Terleira, médica de medicina interna, afirmando que “está a haver resultados”. Contudo, é uma realidade que viu acontecer durante a pandemia da covid-19. “As pessoas estão com medo de vir ao hospital. Têm medo que não lhes seja feita a ficha e de não serem avaliados e, daqui a dois/três meses, vamos ter as consequências disso”, referiu, ressalvando querer “estar enganada”. “Estamos a encaminhar os doentes para os centros de saúde e, até agora, os colegas têm conseguido dar resposta”, elogiou, salientando que “toda a saúde não se resolve pelo telefone”.

Os utentes também têm “algumas reservas”. “A saúde 24 demora imenso tempo a atender. Depois passa a chamada de pessoa para pessoa e quem liga tem sempre de relatar a mesma história. Quando se dá conta, já passaram dez ou quinze minutos”, lamentam, questionando “como é que avaliam por telefone”. Ainda assim, há quem compreenda o propósito. “O objetivo é apelar e procurar educar a população a ligar para a linha SNS 24, que efetuará uma primeira triagem. Ninguém deixará de receber cuidados, seja no hospital ou no centro de saúde, apenas se pretende que os recursos sejam bem utilizados para que as situações urgentes possam ser atendidas no tempo devido e não ficar em atraso por doentes não urgentes estarem a entupir um serviço de urgência”, refere um outro utente.

O comunicado da ULSAM dá ainda nota que “as admissões nos serviços de urgência hospitalares via SNS 24 representavam, antes da implementação da iniciativa, 5,9% das admissões”. “Nos primeiros 30 dias após as mudanças, as referenciações pela mesma linha aumentaram para 35%”, revela, referindo que “os centros de saúde têm ganho relevância no atendimento a situações agudas”. “Em 30 dias, foram feitos perto de 10 mil contactos com a linha SNS 24, mais de 350 por dia” salientou, especificando: “42% foram encaminhados para cuidados primários, 48% referenciados para o serviço de urgência e 10% tiveram indicação para ficar em autocuidados.”

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