Levantar-se uma e outra vez!

O verão começa a dar notícias da sua chegada ao final e, com ele, a azáfama das caminhadas, das viagens, das correrias para que o descanso possa acontecer entre a luta com o relógio e as lutas com os silêncios que se impõem.

Notícias de Viana
9 Set. 2022 4 mins
Levantar-se uma e outra vez!

E, ao amanhecer de cada dia, os veraneantes levantam-se, uma e outra vez, e em cada nova manhã vão saboreando mil e uma cores, outras tantas paisagens, o brilho das pessoas apressadas, dos caminhantes que no caminho se vão cruzando, tentando nada perder, registam as memórias, quiçá nunca mais vão olhar, porque agora são digitais. E, não poucas vezes apressados, não escutam as informações, perdem-se pelo caminho ou, distraídos, vão olhando em redor e, sem se darem conta, caem…

Quem não se revê?

Certamente quase ninguém. Apenas os que por cá permanecemos, e que também de modo distraído, caminhamos à procura, sabe-se lá de quê ou de quem… e, claro o resultado está à vista: também se cai! Pois, mas parece que a experiência nos vai dizendo que quando alguém cai, faz falta tempo. Tempo?! Esse… ninguém tem… Muito menos para esperar para ver se o caído se machucou ou se está só a fazer de conta, se partiu algo… Qual quê? É preciso atuar e depressa, nem que seja à custa de levantar como em voo de pássaro, o caído… grita-se, pergunta-se e nem nos damos conta que aquele que caiu está atordoado. Paciência, a vida é assim, acontece aos melhores e mais atentos…

Sim, mas hoje, estava para aqui a pensar sobre a importância de nos levantarmos cada vez que caímos, e na maior parte das vezes, precisamos de ajuda. Esta sim, que é fundamental. Mas, deixem que desabafe, pois faz falta dar tempo a quem cai para tomar consciência da própria queda, senão… como ajudar quem ainda nem se deu conta de que caiu?!

Certamente quase ninguém se revê aqui, mas quem escreve, sim. E, quanto agradece as vezes que lhe deram a mão para prestar uma preciosa ajuda para se levantar, mesmo nessa altura em que parecia levantar voo, pois a ajuda foi tão rápida, ainda nem conta se tinha dado de ter caído.

Se calhar faz falta fazer a experiência, e não pense o estimado leitor que desejo possa cair, mas sentar-se um pouco e refletir, se o tempo lhe permitir, sobre o que mais pode ajudar a crescer no caminho da vida, de modo especial, no caminho espiritual. E, lá estou eu a pensar num outro verbo, por se acaso gostar de acrescentar à sua coleção e se esta não fizer sentido para a sua vida, pense apenas no verbo “Levantar-se” e, permita que manifeste um desejo que nós nos levantemos sempre com ajuda do irmão, com aquele que é capaz de permanecer ao lado, vigilante, atento, disposto a dar o primeiro passo, estender a mão e caminhar para levantar o caído, ajudar a curar as suas feridas, qual samaritano!

Que maravilha se cada um de nós pudéssemos desejar, como quem sonha, levantarmo-nos apressadamente para ir ao encontro, como fez Maria em relação à sua prima Isabel… “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39).

E, nós estamos dispostas(os) a levantarmo-nos, mesmo sem cair, e sair ao encontro dos irmãos, dos jovens, dos que nos surpreendem cada dia com a sua chegada e necessidades?!

Temos grandes desafios nas nossas mãos e vidas… basta estarmos atentos e desejar acolher, receber, abrindo as portas das nossas casas, dos nossos corações e vidas. Quem se aponta?!

Se alguém estiver atento, se alguém vir o outro no chão, certamente correrá para o ajudar a levantar? Quem já o experimentou?!

E, então fará sentido ir depressa ao encontro da outra pessoa… Afinal, o importante não é cair, mas levantar-se!

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