Jornadas de Formação do Clero refletiram sobre “a necessidade de renovação”

Como vem sendo hábito, no início de cada ano, o clero da Diocese de Viana do Castelo reúne-se para um encontro de formação permanente. Por questões pastorais, a formação divide-se em dois grupos, com a mesma agenda e localização, mas em semanas diferentes, permitindo que o clero participe numa ou noutra semana, conforme escolha pessoal.

Notícias de Viana
21 Fev. 2020 5 mins
Jornadas de Formação do Clero refletiram sobre “a necessidade de renovação”

A primeira semana do encontro de formação ocorreu de 27 a 30 de janeiro e a segunda de 2 a 5 de fevereiro, tendo participado, no total, perto de sessenta sacerdotes, dois diáconos e o Bispo Diocesano. Este ano, esta formação teve lugar na Casa Diocesana Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha, pertencente à Diocese de Aveiro, a qual é também a residência em Portugal de uma comunidade religiosa brasileira, de seu nome “Sementes do Verbo”. 

O encontro de formação começou na segunda-feira, com a viagem de Viana do Castelo até Albergaria-a-Velha, no final da tarde. Com todos os participantes reunidos para jantar, deu-se início ao encontro, sempre privilegiando o convívio e a boa disposição. 

No segundo dia, após as orações matinais, o grupo reuniu-se para escutar D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga, que falou aos presentes sobre a renovação espiritual do sacerdote. O Bispo Auxiliar de Braga começou por referir que “todos somos imperfeitos, contudo Deus escolheu-nos e quer-nos por inteiro, com imperfeições incluídas. A raiz do nosso ser deve ser a oração e o amor incondicional de Deus”. Falando com linguagem simples e com exemplos práticos, referiu que “cada um de nós deve estar predisposto a aprender, a abrir o coração”, destacando que “o sacerdote precisa de cuidar a sua relação pessoal com Deus, pois somos chamados a uma doação total a Cristo e aos irmãos, pois somos homens de Deus no meio do povo”. D. Nuno, no final da sua exposição, colocou uma série de questões para que os presentes, em pequenos grupos, pudessem refletir, sendo depois as conclusões partilhadas com todos para que também D. Nuno pudesse dar mais alguma achega relativamente às conclusões, sempre com o foco centrado na “necessidade de estarmos presentes, disponíveis e próximos das pessoas”. Da parte da tarde, o grupo participou numa visita guiada ao Museu Princesa Santa Joana, localizado no centro da cidade de Aveiro. Regressados à casa diocesana que nos acolheu, o grupo celebrou a eucaristia, presidida por D. Anacleto. 

No terceiro dia, foi a vez de o grupo escutar o Pe. Marcelino Paulo Ferreira, da Arquidiocese de Braga, Pároco de Ferreiros, Sequeira e Vilaça, Arciprestado de Braga, que veio falar acerca da renovação pastoral inadiável das paróquias e de novas possibilidades e tentativas para mudar a forma como a “mensagem” do Evangelho chega às pessoas. O Padre Marcelino partilhou o plano pastoral que está a elaborar, juntamente com o Padre António Sérgio, para o Arciprestado de Braga e que define como um “plano para fazer da paróquia uma comunidade viva, ativa, alegre e cheia de entusiasmo por Jesus Cristo”. A proposta passa pela “transformação paroquial sustentada pelo desenvolvimento espiritual de cada um dos paroquianos”, tendo como meta e objetivo principal a “conversão pessoal e comunitária, a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo”. Para conseguir realizar esta missão, o padre Marcelino propôs um conjunto de ferramentas a que chamou de “caminho de Páscoa”, pois parte de cada letra da palavra Páscoa para propor atitudes e ações. O vice-arcipreste de Braga apresentou, também, o Laboratório da Fé, plataforma online, elaborada por ele a partir do Ano da Fé, para pôr em prática essa nova necessidade de fazer e de tornar o Evangelho mais presente e mais acessível às pessoas. No final, também colocou ao grupo uma série de tópicos para reflexão que também foram debatidos em grupos mais pequenos e posteriormente partilhados, sempre tendo como base o lema “servir e acolher a todos”. Na tarde deste terceiro dia, o grupo foi visitar as Caves Aliança, em Sangalhos, que tem inserido o Aliança Underground Museum, com peças de arte da Coleção Berardo. Regressados à casa diocesana, celebrou-se a Eucaristia.

No quarto e último dia, o grupo escutou o Pe. António Sérgio Torres, da Arquidiocese de Braga, Arcipreste de Braga e pároco de São Vítor, maior paróquia da cidade de Braga e da Arquidiocese. O Pe. António Sérgio partilhou um pouco a sua experiência pastoral na paróquia e também abordou o tema da renovação divina, muito em consonância com a partilha do Pe. Marcelino, pois as suas reflexões pastorais são feitas e elaboradas em conjunto. Partindo da necessidade de mudança de paradigma, “é necessário ver e identificar aonde é que queremos chegar como paróquia, o que queremos alcançar. E somente o encontro com Cristo nos permite chegar à conversão que, por sua vez, nos leva ao discipulado, que faz nascer a missão e a comunhão”. Baseando-se também na experiência dos Cursos Alpha, o Pe. António Sérgio referiu, várias vezes, a necessidade de construir relação, de instigar o povo a sair da zona de conforto, pois “nunca somos um produto acabado, sendo importante procurar sempre alternativas que nos conduzam ao objetivo que traçamos para a nossa comunidade”. 

Depois de escutar a reflexão do Pe. António Sérgio, celebrou-se a eucaristia conclusiva do encontro. Após o almoço, o grupo despediu-se da Casa Diocesana Nossa Senhora do Socorro e da comunidade Sementes do Verbo e regressou a Viana, dando por terminado este encontro de formação e de convívio entre o clero diocesano. 

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