“Há uma humanidade nova, há uma sociedade nova, há uma civilização nova a construir”

O Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, acolheu a tomada de posse de D. João Lavrador como Bispo da Diocese de Viana do Castelo. A cerimónia foi precedida de uma conferência de imprensa em que foi lançado o novo site da Diocese e em que D. João pôde contactar com os diversos meios de comunicação regional.

Notícias de Viana
2 Dez. 2021 6 mins
“Há uma humanidade nova, há uma sociedade nova, há uma civilização nova a construir”

Partilhando sonhos, preocupações e prioridades, D. João Lavrador iniciou a manhã de sábado, dia 27 de novembro, afirmando aos jornalistas que a Igreja tem que “se empenhar decididamente” na construção de uma “humanidade nova”. Ainda neste contexto, destacou a força que os verbos “escutar”, “dialogar” e “discernir” possuem, enquanto síntese do modo pelo qual procura viver o seu ministério episcopal.

O novo Bispo de Viana do Castelo disse que traz consigo a “ânsia de aprender”, de se oferecer, “o sonho de trazer tudo o que a Igreja hoje é”, e como Bispo do Concílio Vaticano II “não pode ser teórico”, mas “real, muito prático, e muito atento às pessoas”. “Gostaria de estar muito atento e procurar fazer sobressair na minha existência e atuação aquilo que é a alma deste povo do Alto Minho”, completou o novo responsável, que tem o sonho de ter “comunidades vivas e atuantes”, apontando já para a comemoração dos 50 anos da Diocese e da possibilidade de se vir a realizar, a nível diocesano, um congresso da juventude, para escutar os mais jovens e projetar a Jornada Mundial da Juventude de 2023.

Chamado a “conquistar corações”

Já na cerimónia de tomada de posse, D. Ivo Scapolo, Núncio Apostólico em Portugal, começou por lembrar a importância do coração, no contexto antropológico, bíblico e até regional. “Sabemos que a difusão do Reino do Deus consiste em conquistar os corações, transmitindo ao coração de cada pessoa o fogo da fé, esperança e caridade, e as verdades que Jesus nos revelou, que também temos responsabilidade de transmitir às pessoas. A nossa tarefa de Igreja é a de conquistar o coração”, afirmou o responsável diplomático, desejando a D. João Lavrador que a sua ação pastoral seja a concretização plena deste horizonte.

Em seguida, o Administrador Diocesano cessante, Mons. Sebastião, agradeceu a graça da nomeação de um novo Bispo, “entregando-lhe” uma Diocese disponível para o acolher e com ele colaborar, ligando, ainda, as origens de D. João Lavrador ao ministério de S. Teotónio, natural de Valença do Minho. Posteriormente, foi lida a Carta Apostólica de nomeação, assim como, o Decreto de recondução de todos os organismos diocesanos.

“Estamos prontos a trabalhar e a colaborar”

Na cerimónia, estiveram ainda presentes o Colégio de Consultores, o Chanceler da Cúria Diocesana, o Administrador Diocesano, o Núncio Apostólico, sacerdotes, leigos e familiares e amigos.Em representação do Colégio de Consultores, Mons. Manuel Vilar, também Pároco de Meadela, Arciprestado de Viana do Castelo, afirmou que foi com “muita alegria” e “cheio de esperança” que recebeu o novo Bispo Diocesano, “pensando num futuro todo renovado na mesma Igreja de Cristo”. “Estamos prontos a trabalhar, fazendo o que o nosso Bispo achar melhor e como deve ser eito. Prontos a colaborar e a trabalhar no sentido sinodal, como se diz hoje, nos tempos que estamos a viver”, afirmou, confidenciando que a Diocese já estava “há muito tempo” à espera de um novo Bispo. “Hoje, temos a certeza de que D. João Lavrador é nosso Bispo”, acrescentou.

“Ele é um Bispo muito trabalhador”

Também o Pe. Hélder Fonseca e o Pe. Jacob Vasconcelos vieram da Diocese de Angra, Açores, para marcar presença na tomada de posse. “Quando ele entrou por aquela porta, deu-me um abraço. Foi um momento muito forte porque representou a verdadeira mudança da Diocese de Angra para Viana do Castelo”, contou, afirmando que foi “muito agradável e enriquecedor” trabalhar com D. João. “Ele é um Bispo muito trabalhador, aliviando os outros no seu trabalho”, afirmou o Pe. Hélder, salientando ainda a sua capacidade de “presença”. “Ele tem todas as condições para fazer um bom trabalho na Diocese de Viana, assim como fez em Angra”, assegurou.

“Será um ministério profícuo”

Já o Pe. Jacob Vasconcelos, que está a estudar em Roma a pedido de D. João, realçou “os laços fortes” que tem com ele. “D. João foi o Bispo que me ordenou. Criei bons laços com ele porque também fui seu secretário durante três anos, para além de ter assumido outras responsabilidades que me confiou”, contou, salientando que D. João “marcou a Diocese de Angra pelo seu espírito apostólico, vigor, trabalho, entusiasmo e boa vontade”. “Tenho a certeza que ele desempenhará muito bem esta nova missão como fez nos Açores. Para além das suas virtudes, tem uma forma muito própria de ser e estar que encarna os ambientes, procurando adaptar-se, conhecer e fazer-se, dentro das suas responsabilidades e do que representa o episcopado, cristão entre os cristãos. Será um ministério profícuo”, assegurou, admitindo que deixará saudades nos Açores e, em particular, em Angra, porque foram anos “marcantes”.

“Somos uma família muito unida”

Em Coimbra, Luis Lavrador, irmão de D. João Lavrador, foi também com “muita alegria” que recebeu a notícia da nomeação episcopal para a Diocese de Viana do Castelo. “Temos todos alegria uns pelos outros, porque somos uma família muito unida. Com o meu irmão não foi exceção desde que foi ordenado padre e, mais tarde, Bispo”, assegurou, admitindo que vivem “muito” os acontecimentos uns dos outros. “Quando ele vibra, nós vibramos com ele por tudo aquilo que ele representa para a Igreja em Portugal e agora, para a Igreja de Viana do Castelo. Por isso, estamos aqui hoje para materializar essa alegria”, afirmou, acrescentando: “Sabemos que ele está muito feliz por estar aqui hoje, mas também foi muito feliz por onde passou.”

Luis Lavrador contou ainda que, “por vezes”, as pessoas questionavam a distância de D. João da família. Em resposta, o irmão assegurava-lhes que “sempre” o viu com “um sorriso no rosto” quando voltava aos Açores e, por isso, “tinha a certeza que ele estava bem e feliz”. “Certamente também será feliz aqui, porque ele tem uma boa capacidade de adaptação e diálogo. É ainda uma pessoa que faz amigos com muita facilidade”, especificou, salientando que “é uma pessoa do tempo”. “É um Bispo atual, muito atento à realidade do mundo e aos seus desafios e, por isso, é bom para ele. Está numa Diocese onde pode desenvolver o seu apostolado e a sua missão enquanto Pastor. Os diocesanos também podem ficar descansados porque ele vai, de certeza, bater-se até à última por eles e pela Diocese”, concluiu.

Fotografia: Agência Ecclesia

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