Formação Diferente

Isto até parece mal que um idoso ainda ande em formação, mas não conhecem o ditado de que “aprender até morrer”?Pois bem, motivado por isso e não só, apesar do medo da pandemia, que me faz estar ocupado com o meu quintal, para além das minhas obrigações de Pároco, quase latifundiário, pois nunca tive tantas paróquias na minha vida como agora…, não deixo, sempre que é possível, estes tempos de formação.E o primeiro reparo é pensar nos que faltam. Alguma coisa se passa com alguns colegas, que nunca os vemos nestes ou noutros encontros. Faz-me lembrar o saudoso D Armindo, que num sorriso sarcástico dizia sempre quando notava os ausentes: “Há sempre um funeral!”. Este assunto do ausentaismo tem que preocupar alguém para que se faça um trabalho, a que eu chamaria de reconciliação com as estruturas. E ‘que em muitos casos me cheira a zanga interior com muita coisa.E esta última formação promovida pela Vigararia do Clero veio pôr o dedo na ferida, no bom sentido.Foi feita uma análise à situação de bem ou mal estar consigo próprio, no que se refere à nossa vida de sacerdotes.E neste sentido temos que ter o sentido de pertença a um presbitério que não pode ser uma realidade ausente, mas sim algo que toca pontos que são muito importantes. Muitas vezes recebo e faço comunicações com colegas, porque são um modo de dizer: Estás vivo? Estou aqui! Sou amigo! Vamos em frente.Um membro do presbitério ainda no ativo e já nos noventa, falando com ele em dia de aniversário, mais do que comentar as minhas saudações, acorreu a dizer-me:-Estou muito feliz! Sabes quem me ligou hoje? O nosso D. João!

Aquele homem sociável e bem acompanhado, a nível familiar, quase mimado- e bem o merece- apreciou muito este mimo, que não custa nada e é bonito. Todos os dias digito no motor de busca do Google, no sítio anuário católico, que me dá os aniversariantes de todas as dioceses. E quantos colegas doutros presbitérios conheço por esse Portugal fora! São também saudados.

Dois ou três mails e está feito, o colega fica a saber que há alguém que se lembra dele.

Recebo muitas vezes de alguns colegas uma chamada que bem se vê que é trabalho como o do Escutismo, da Legião de Maria, ou de outra obra de apostolado. É BOA AÇÃO!Façamos isso em relação aos ausentes e há muitos. Já não digo por causa da pandemia, que aos mais idosos pode isolar e não só, mas àqueles que se isolam por outras razões.Que sejam UM, rezou o Senhor Jesus.A formação que recebemos em 18 de janeiro parece que era dada por alguém que conhecia isto por dentro, tantos foram os pontos concretos que tocou.Pudera! É mulher a trabalhar também nos meandros do Seminário de Braga e não sóBem-haja por isso a ela e a quem a convidou.Pe. Manuel Morreira