Um outro ano de trabalho está aberto diante de todos.
Cerca de três centenas de dias se sucederão como dias laborais, entremeados por fins de semana de lazer e descanso que muitos benefícios trazem. As crianças vão para a escola e estão atentos a novas aprendizagens, enquanto os adultos se preparam ou ensinam o que outros lhes doaram a si. A vida de todos é um livro escrito individualmente e tornado disponível por todos. Dá-se conta que os continentes que edificamos não seriam possíveis sem os outros que nos rodeiam nos autocarros que nos levam por mil ladeiras e nos serviços que esperam uns e outros. As azáfamas diárias vão fazendo de todos serenos viajantes e escritores, com o brio de escrever o melhor possível as folhas em branco que nos são apresentadas.
Animados por uns dias de descanso durante os meses precedentes, fortalecidos pelas relações sociais e familiares que retemperam, revigorados pelas forças e virtualidades que nos aportaram, estamos cientes do que devemos ir fazendo e, sobretudo, acalentamos um ofício que enfrentaremos com amor e em espírito de solidariedade que nos fazem ser com os outros, e lidar com a realidade de forma paciente e calma. Tivemos oportunidade de adquirir lições de planeamento e de resiliência. Estamos agora no presente, e a enfrentar o futuro com otimismo e com serenidade.
Quer em tempo de descanso, quer agora em tempo de trabalho, somos e vivemos com os outros. De manhã à noite, vivemos rodeados de tantos que procuram entretecer o seu mundo e realizar-se trabalhando connosco. O presente de todos é uma conjugação de esforços e uma labuta que se faz sempre com os que nos são os mais próximos, e mesmo com tantos que não vemos e que o tornam possível, quer na laboração constante, quer no ócio consequentemente benéfico.
Há duas realidades que se enraizaram nestes tempos últimos de mais convivência: por um lado, tivemos mais momentos de individualidade que aproveitámos para refontalizar na prece, mesmo em dias mais apressados; por outro lado, tivemos quotidianamente momentos de leitura agradável que oleou a nosso bem-estar.
Na prece, soubemos abrir-nos ao infinito, dialogando amorosamente com Quem nos cria todos os dias; sentimos assim esta criação continuada que não se esgota. Dispensámos momentos de reequilíbrio que nos apontaram o essencial e que nos outorgaram felicidade. Foi aprendido; agora é vivido.
Na leitura, saboreámos histórias que nos enlevaram ou partilhámos reflexões que hoje nos acalentam; adquirimos um hábito honesto de dialogar com os outros, sem fazer barulho e comungando tantos assuntos que, afinal, são comuns a muita gente. Partilho convosco um livro tonificante: Nenhum Homem é uma Ilha, de Thomas Merton, das edições Lua de Papel, 2023, que fortalece, dá sentido a abre horizontes. Fortalece e rejuvenesce, dá sentido e orienta, abre horizontes e desdobra. Quando o espírito está irrequieto, as páginas deste livro facilitarão a escrita de nossas folhas brancas.
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