Entretanto, acerca dos ataques por grupos armados que reivindicam pertencer ao autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), o Bispo da Diocese de Pemba afirma que “há uma espécie de pânico em alguns lugares, onde as pessoas não querem mais ficar”. D. Luiz Fernando Lisboa explica que a Igreja Católica continua ao lado da população e a responder à crise humanitária que vivem, até com apoio psicossocial. “As nossas irmãs psicólogas e alguns seminaristas estão a ir ao encontro dos deslocados e fazer esse atendimento, que eles precisam tanto quanto o alimento”. O Bispo de Pemba salienta que a Igreja Católica tem trabalhado com a Cáritas, “com mais de 70 pessoas, também num apoio de emergência, no atendimento às pessoas nos acampamentos, nos bairros”. A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) adianta, por sua vez, que tem existido “um aumento significativo do número de pessoas em fuga dos grupos armados, desde o final da semana passada”, nomeadamente na região de Macomia. O secretariado português da AIS refere que os Bispos de Pemba e de Lichinga, D. Anastásio Canira, “testemunharam a chegada em massa de deslocados ao bairro de Paquitequete”, “principal ponto de desembarque” dos deslocados na capital de Cabo Delgado. “As coisas continuam feias. Nós tínhamos 250 mil deslocados, mas agora são mais de 300 mil, ou seja, está cada vez mais em crescendo”, disse o Pe. Fonseca Kwiriwi, um dos responsáveis pela comunicação da Diocese de Pemba, à fundação pontifícia AIS.