“A situação pandémica é um desafio antropológico, religioso e sociológico diante de uma sociedade mercantilizada”

A diretora do Secretariado de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) de Viana do Castelo, Lígia Pereira, esteve à conversa com a Agência Ecclesia na rubrica “Cabaz de Conversas”, e recordou as tradições de Natal que “não podem ser esquecidas”, porque são “um sinal de esperança” em tempo de pandemia.

Notícias de Viana
18 Dez. 2020 2 mins
“A situação pandémica é um desafio antropológico, religioso e sociológico diante de uma sociedade mercantilizada”

Lígia Pereira começou por referir que os portugueses, principalmente os nortenhos, gostam de estar uns com os outros na veneração do Menino, na representação dos presépios ao vivo, nas Missas do galo e nas iluminações das vilas e aldeias “que foram, este ano, reduzidas ao mínimo”. “Devemos todos continuar a construir os nossos presépios nas Paróquias, observando todas as restrições. Será um Natal diferente, mas será ainda mais um Natal de esperança e luz”, salientou.

Apesar de o Natal ser uma das épocas em que “o Alto Minho se enche da sua gente”, a Diocese de Viana do Castelo considera ser importante “garantir a proteção dos mais idosos”. “Os mais velhos estão cá e estão ser protegidos da melhor forma, e temos todos de colaborar. Graças a Deus, temos muita gente envolvida nas Paróquias que dá esse suporte, e estamos a ser capazes de conseguir superar algumas falhas da falta familiar, dos mais chegados”, afirmou, acrescentando: “Uns já passaram pela pneumónica, outros pela tuberculose, que matou muita gente no Alto Minho, e é-lhes difícil voltar a ver esta realidade olhando para os netos e bisnetos, e temem pelo futuro da nova geração”. 

A Diretora do Secretariado de Educação Moral e Religiosa Católica de Viana do Castelo recordou ainda um “verão sem romarias”, e as limitações impostas numa “região onde a música enche as vidas”, para constatar que “todos os cidadãos do Alto Minho se tentem tristes”, sem poder “cantar as janeiras”. “As janeiras são altamente vividas no Alto Minho. Passamos pela casa de toda a gente, cantamos, convivemos. Tudo isto está a deixar as pessoas tristes”, referiu, considerando que a vivência do Natal deste ano tem de ser marcada por tentar “manter as tradições, mas sempre com o máximo cuidado”.

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