Se não fossem os incêndios que (infelizmente), estes dias, nos entram por todos os meios pela porta dentro estaríamos, prioritariamente, a falar da Escola.
Sem menorizar a importância dos incêndios, brevemente, vamos à Escola.
A Escola, como espaço educativo, responde a um direito que a todos nos assiste. Por isso, a Sociedade, com todas as suas instituições e recursos, deve abrir as suas portas de par em par: o Estado, a Igreja Católica e as outras Igrejas, as pessoas singulares ou agregadas, devem somar-se para responder, o melhor e mais extensivamente possível, a este direito. São seus potenciais destinatários: as crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos de todas as idades.
Mas, pensando na resposta mais institucional (para crianças, adolescentes, jovens, universitários), é bom não esquecer que a Escola é um precioso e imprescindível auxílio àqueles que tem, prioritariamente, o direito e o dever de educar: que são as famílias.
Nem a família (em princípio) substitui a Escola nem a Escola substitui a família. Os poderes públicos e os detentores de espaços educativos assumem o compromisso de criar e manter as condições materiais adequadas ao fim específico de cada instituição e de recrutar o pessoal imprescindível para lhes dar vida. As famílias, por sua vez, não podem desentender-se do que por lá se passa, principalmente quando estamos a falar de crianças e adolescentes. Isto é: a Escola não é um espaço para guardar os filhos durante o dia. É (deve ser) um recurso de que as famílias dispõem para garantir aos seus um crescimento harmónico, no respeito pelos princípios e valores que livremente professam.
Daí a enorme importância, por exemplo, das Associações de Pais: espaço de diálogo útil para a Escola, útil para as famílias, benéfico para os alunos/filhos. De algum modo, as Associações de Estudantes, para os mais velhos, podem/poderiam assumir idêntica função.
Nos últimos tempos tem estado em cima da mesa, quase exclusivamente, a problemática da carência de professores e as suas deficientes condições de trabalho. É um assunto grave e urgente.
Mas, além de procurar soluções adequadas e justas, é importante pensar como e porque chegamos aqui. Mal vai uma Sociedade que não consegue encontrar entre os seus quem assuma esta nobre vocação.
Com responsabilidade, com justiça, com diálogo, vamos lá, entre todos, procurar as melhores soluções. Mas, por favor, que não sejam especialmente os mais pequeninos a pagar a fatura dos desencontros dos adultos (i)rresponsáveis.
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